sexta-feira, maio 30, 2008

Travelling Light: o renascimento do velho dirigível?

Um dos sectores onde são necessárias medidas para diminuir as emissões de CO2 é o do transporte aéreo. De qualquer modo, mesmo pondo de parte o problema das alterações climáticas, o transporte aéreo de massas baseado nos combustíveis fósseis está condenado. O progressivo aumento do preço do petróleo levará à estagnação e declínio do avião como meio de transporte aéreo. No entanto, não desmoralizemos! Poderá ser a oportunidade para o regresso do velho Zepellin.
George Monbiot escreveu um interessante artigo sobre a possibilidade do regresso dos "airships", os "cruzeiros do ar".
Nos anos trinta, os dirigíveis chegaram a transportar dezenas de milhares de pessoas. O malogrado Hindenburgo podia transportar uma carga útil de 200 toneladas.

«[...] dès 1910 la compagnie aérienne DELAG transportait des passagers en Allemagne (134 028 voyageurs entre 1910 et 1914). Dans les années trente, une ligne sur Rio de Janeiro et une liaison régulière sur New York deux fois par semaine existaient à partir de Ludwigshaffen. Il n'y eut jamais d'accident avec des morts civils sauf lors de l'incendie du Hindenburg en 1937 due à des causes externes à la technique: les Etats-Unis refusaient de livrer de l'hélium, gaz ininflammable, au régime nazi» in L'illusion de la fatalité technique - Alain Gras

É verdade que é um transporte bem mais lento que o avião, mas, se calhar, temos que nos mentalizar que a sustentabilidade talvez implique menos pressa.

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terça-feira, maio 27, 2008

Os alertas de Fatih Birol (AIE) - 2ª parte

Vale a pena continuar a ler o resto da entrevista a Fatih Birol.

A entrevista aborda assuntos como a geopolítica do petróleo, o perigo de guerras por recursos, o papel e limitações do carvão e da energia nuclear como alternativas ao petróleo, e os alertas que a Agência Internacional de Energia tem feito junto dos países da OCDE, da qual Portugal faz parte.
Destaco esta pergunta:
«Mas não é tempo de dar um sinal claro? Especialmente quando muito dinheiro é erradamente investido nos países da OCDE - por exemplo na construção de novos aeroportos, muito embora não venha a existir petróleo suficiente para aumentar constantemente as viagens aéreas?»
resposta:
Não só dizemos isso aos nossos países membros, [...]

Será que o Governo Português percebeu a mensagem?


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quinta-feira, maio 22, 2008

Fórum de discussão MeteoPT

Um muito interessante fórum de discussão sobre meteorologia e clima.
Um dos temas em discussão: "A economia das Alterações Climáticas".
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O preço do petróleo e a especulação.


O preço do petróleo ultrapassou os 135 dólares em Nova Iorque. Uma subida vertiginosa! Clama-se que a especulação está na origem desta subida. Em parte, ainda bem que assim é. Era preferível que isto ocorresse de forma planeada. Mas, pelos vistos, só mesmo com os preços altos é que os comportamentos poderão alterar-se. A pedagogia não chega e leva demasiado tempo a surtir efeito.

Sobre a especulação, e como ela não desaparecerá tão cedo:

A notable development in the past few days of oil futures trading was a rapid shift to continuous “contango” which is a situation in which prices of futures contracts become progressively more expensive into the future. This is the first time that continuous increases have ever occurred in the history of the oil futures market; that means the consensus of the oil traders is that the price of oil will continue to climb steadily for at least the next eight years.

Na realidade não se trata apenas, e sobretudo, de especulação. Caso contrário, os preços não manteriam esta sustentação a níveis tão altos durante tanto tempo. Quando o preço estava a 50 dólares já se falava em especulação.
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terça-feira, maio 20, 2008

Os avisos de Fatih Birol (AIE), em entrevista.

Entrevista ao economista-chefe da Agência Internacional de Energia. Ler aqui. Original no Energy Bulletin. (temporariamente indisponível em inglês (original em alemão). A tradução para português realizada por mim corresponde à maior parte da entrevista. Conto traduzir o restante. No entanto, as ideias força da entrevista estão lá.
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sábado, maio 17, 2008

A Insegurança Alimentar e os Estados Falhados

«It is an accepted axiom of the modern age that distance no longer matters

A agudização da crise alimentar que se manifesta pelo mundo fora pode conduzir a um agravamento da insegurança internacional. As causas desta crise alimentar não são meramente conjunturais e portanto são de prever desenvolvimentos preocupantes.
A revista Foreign Policy publica todos os anos, na sua edição de Julho/Agosto, o Índice dos Estados Falhados (ou em risco) elaborado pelo The Fund for Peace e pelo Carnegie Endowment for International Peace.


Basicamente, um Estado falhado é aquele que não consegue assegurar a sua presença ou domínio sobre a integridade do seu território. Casos extremos conhecidos são o Afeganistão, controlado de há muito pelos senhores da guerra e pelo talibãs, a Somália, o Sudão ( a crise do Darfur) e, mais recentemente, o Iraque. Os estados falhados ("failed") ou em vias de desintegração ("failing") estão a assumir um destaque crescente na política internacional. Como observa o "The Fund for Peace": "Failed states have made a remarkable odyssey from the periphery to the very center of global politics".



O Índice é construído com base numa série de indicadores sociais, económicos e políticos , tais como:
  • pressões demográficas;
  • movimento maciço de refugiados e deslocados internos, que geram graves crises humanitárias;
  • violência entre grupos étnicos;
  • acentuado declĩnio económico;
  • desigualdades económicos entre diferentes grupos/etnias;
  • criminalização ou deslegitimação do Estado;
  • progressiva deterioração dos serviços públicos;
  • ascensão de elites que representam facções;
  • intervenções externas nesses países.
Ler Mounting Stresses, Failing States pág. 123 (da obra Plan B 3.0 disponível em PDF online).
A insegurança alimentar, ou seja, a disponibilidade e acesso aos alimentos, tem vindo a agravar-se num número crescente de países e existe uma certa equivalência entre os países que ocupam o Top 20 da tabela do Índice dos Estados Falhados e aqueles onde se verificam motins pelo aumento dos preços dos alimentos. Ler Deteriorating Oil and Food Security, pág. 46.

Como se sabe, algumas das razões desta crise alimentar podem ser imputadas aos países ricos: o incentivo aos agrocombustíveis, a relativa indiferença pelas alterações climáticas, as políticas comerciais, etc.
Ora, os países ricos parecem comportar-se como se as consequências das suas acções não pudessem ter um efeito de "boomerang". No entanto, dizem-nos que querem combater o terrorismo e que a sua presença no Afeganistão é para assegurar que o país não caia outra vez no caos. Já começam a admitir, finalmente, que não conseguem controlar a situação. Já se fala em desviar um oleoduto proveniente da Ásia Central, fazendo-o passar pelo Paquistão, outro país em risco, com a agravante de possuir armas nucleares.

Por outro lado, existe outra contradição. A economia globalizada significa que estamos dependentes de uma infraestrutura que transporta bens essenciais a essa economia, nomeadamente matérias-primas e energia. Ora, muitos destes estados desintegrados ou em vias de, são fornecedores ou dão passagem à circulação destes bens. Como se pode esperar que os países ricos não venham a pagar caro a sua imprudência? Um exemplo recorrente é a Nigéria, maior exportador de petróleo de África. As desigualdades, como refere o Fundo para a Paz, estão na origem das constantes sabotagens dos rebeldes do Delta do Níger. Recentemente, assistimos a actos de pirataria dos tempos modernos: um pesqueiro espanhol feito refém ao largo da Somália, um petroleiro japonês atacado ao largo do Yemén, e os exemplos repetem-se.
Um dos países que corre
o risco de se tornar um Estado falhado é o Egipto (veja a reportagem da Al Jazeera). No entanto, a UE quer fazer passar por lá um gasoduto. Não podemos pensar que somos imunes à desgraça dos outros.
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Pico Petrolífero


Um artigo esclarecedor sobre o Pico Petrolífero aqui. Atingir o Pico Petrolífero não significa esgotar a utilização do petróleo existente. Continuará a haver muito petróleo após o pico. Significa isso sim, que os fluxos diminuirão após ser atingido o máximo (o pico) de produção. Daí em diante, a procura continuará a crescer, mas não haverá uma resposta da oferta que permita suprir as necessidades, devido a razões tecnológicas mas sobretudo geológicas: trata-se de um recurso finito e não renovável. Daí que a tendência seja para o preço do petróleo aumentar como forma de equilibrar e ajustar a procura ao nível da oferta.
Mas, para além da geologia e da tecnologia, acrescem os factores geopolíticos: a tendência é para uma concentração ainda maior das reservas nos países da OPEP, o que lhes confere maior poder para impor preços mais altos. Ainda antes do pico de produção petrolífero ser atingido, assistir-se-à ao pico das exportações de petróleo. Isto deveria ser motivo de preocupação para o nosso governo. O planeamento devia ser feito com muita antecedência para evitar rupturas ruinosas. Mas o que se ouve são promessas de grandes infraestruturas: nova ponte sobre o Tejo, novo aeroporto de Lisboa, etc. Haverá energia para tudo isto a preços que permitam a sua rentabilização? É duvidoso.
O que se devia fazer, ver: Protocolo de Esgotamento do Petróleo

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segunda-feira, maio 12, 2008

Cotação do Petróleo em $US vs €



O preço do petróleo tem batido recordes sucessivos. A semana passada ultrapassou os 126 dólares. Os protestos já começam a sentir-se, surgindo acusações de aproveitamento por parte das petrolíferas, no sentido de terem efectuado aumentos que não são razoáveis traduzindo o preço do petróleo em euros. Neste Quadro pode ver-se a evolução dos preços nos últimos anos, em dólares e em euros.

Fontes: para o preço do petróleo (EIA/EUA) ver aqui.
Para as cotações do dólar americano versus euro ver aqui e aqui.

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sábado, maio 10, 2008

O petróleo é caro porque é escasso.


Vale a pena ler este artigo (ver original) de David Strahan (autor de "The Last Oil Shock") publicado no "The Daily Telegraph":

«[.....] dificilmente far-lhe-à justiça. Esta semana viu os ministros a encarnarem a personagem do Cabo Jones apelando à calma em relação à greve na refinaria de Grangemouth; os camionistas protestavam em Park Lane sobre o aumento de dois “pence” no imposto sobre o combustível; e muito justa indignação acerca da dimensão dos lucros apresentados pela Shell e BP. Todas estas manifestações falham o alvo. Estas matérias são insignificantes comparadas com o esgotamento/depleção global do petróleo, em relação à qual tem havido viragens claras para pior no último mês.

A ideia segundo a qual as companhias petrolíferas são de algum modo “culpadas” pelos preços record do petróleo e os custos crescentes do combustível é sedutora mas absurda. Apesar de todo o seu poder e lucros, as companhias petrolíferas multinacionais estão de facto em apuros. Podem ainda nadar em liquidez, mas já não em petróleo. Apesar do significativo investimento em exploração e produção, nos dias de hoje são, em geral, incapazes de substituir o petróleo que produzem anualmente com novas descobertas, ou até de manter os níveis correntes de produção. A produção de petróleo da Shell tem vindo a cair desde há seis anos, a da BP terá atingido o pico em 2005, e esta semana até a todo-poderosa Exxon foi forçada a admitir que a sua produção caiu 10% no primeiro trimestre do ano.

Nada disto surge como surpreendente já que todos os indícios sugerem agora que o mundo está a aproximar-se rapidamente do “pico petrolífero”, o ponto em que a produção global de petróleo entra em declínio terminal por razões geológicas fundamentais. A descoberta anual de petróleo tem vindo a cair desde há mais de 40 anos, e actualmente por cada barril encontrado consumimos três. A produção de petróleo está já a diminuir em 60 dos 98 produtores mundiais – incluindo a Grã-Bretanha, onde a produção atingiu o pico em 1999 e já caiu para menos de metade. Quando um determinado país atinge o pico de produção isso é relevante apenas para ele – a Grã-Bretanha tornou-se um importador líquido de petróleo em 2006 – mas quando a oferta global começar a encolher os efeitos podem ser ruinosos para todos.

Os analistas dividem o mundo produtor de petróleo em dois: a OPEP e o resto. Existe um amplo consenso que a produção de petróleo fora da OPEP atingirá o pico ou pelo menos estabilizará por volta de 2010. O presidente executivo da ExxonMobil, Rex Tillerson, disse o ano passado que o crescimento da produção extra-OPEP chegaria ao fim em “dois a três anos”. Essa avaliação parece agora ainda mais certa.

Desde o virar do século a produção de petróleo extra-OPEP tem sido sustentada apenas por grandes aumentos na Rússia, o maior produtor mundial, à medida que os oligarcas que controlam a indústria investiram milhares de milhões no reapetrechamento dos campos de exploração que tinham sido deixados à deterioração depois do colapso do comunismo. Mas agora os ganhos fáceis esgotaram-se e as taxas de crescimento afundaram. Este mês, Leonid Fedun, um administrador de topo da Lukoil, a segunda maior petrolífera russa, afirmou que a produção do país atingira o pico e nunca voltaria a exceder os níveis actuais “no seu tempo de vida”.

De modo que agora dependemos da OPEP como nunca, e isto explica os crescentes clamores de funcionários/governantes ocidentais para que o cartel aumente a produção. Mas muitos suspeitam que a OPEP não poderia aumentar a produção mesmo que o quisesse – não por muito, pelo menos – e poderá também atingir o pico brevemente. Há muito que existem dúvidas acerca da verdadeira dimensão das reservas oficiais da OPEP, que parecem ter sido falseada e maciçamente inflacionadas durante os anos 80 quando os seus membros competiam por fatias maiores do novo sistema de quotas. E há agora preocupações crescentes acerca de alguns dos mais significativos produtores da OPEP.

Ainda na semana passada, a Arábia Saudita, o maior exportador mundial, anunciou que todos os planos para expandir a capacidade de produção de petróleo para além de 2009 tinham sido congelados. O ministro do petróleo justificou a decisão invocando que, dadas as perpectivas económicas, não haverá procura para a oferta adicional – o que é aceitável mas improvável. Mesmo os moderadamente cépticos suspeitarão que a opção não foi inteiramente voluntária.

Na Nigéria, o maior produtor de África, a produção já caiu 20% devido a ataques frequentes de rebeldes do delta do Níger. Mas agora um relatório recente de conselheiros do governo para o sector da energia concluíu que, mesmo que o investimento se mantenha a níveis actuais “a produção total de petróleo e gás diminuirá cerca de 30% em relação ao níveil actual por volta de 2015”.

O membro da OPEP que indubitavelmente tem vastas reservas de petróleo por explorar é o Iraque, mas aqui o contínuo morticínio e o falhanço em acordar uma nova lei regulando a produção de petróleo e gás torna qualquer aumento para breve muito improvável.

Nestas circunstâncias não é surpresa que o preço do petróleo tenha disparado para níveis recorde – quase 120$ no início da semana - nem que muitos agora prevejam um salto adicional para os $200, incluindo o Comissário para a Energia da UE, o presidente da OPEP, e analistas financeiros da Goldman Sachs. O que é surpreendente é o número de pessoas aparentemente inteligentes que se agarram a explicações fantasiosas para a alta do preço do petróleo, como a especulação e a fraqueza do dólar.

Não haja dúvidas que estes factores desempenham um papel, mas o simples facto é que a produção global de petróleo – incluindo fontes não-convencionais, biocombustíveis e restos de óleos de cozinha – manteve-se essencialmente ao mesmo nível desde princípios de 2005. Durante três anos a oferta de petróleo tem sido um jogo de soma nula em que, se um país consome mais, outro tem que consumir menos. Como grande parte do crescimento da procura provem do mundo em desenvolvimento e dos próprios membros da OPEP, a procura por petróleo continuará provavelmente a crescer apesar da recessão no Ocidente. É a escassez que torna os “futuros” sobre o petróleo tão atractivos para os investidores .

E no entanto, a previsão central do governo Britânico é que o petróleo venha a custar $57/barril em 2010 e caia para $53 por volta de 2020. Esta absurda predição/previsão é incompreensível até que se considerem as realidades políticas: ainda mais que as alterações climáticas, o pico petrolífero exige que os governos confrontem os eleitores com verdades desconfortáveis que terão impactos sobre os seus padrões de vida. Em Whitehall (referência ao governo), as pernas permanecerão cruzadas e os rabos pregados enquanto os políticos e funcionários rezam para que isso não aconteça no seu final de mandato, ou antes de obterem a suas pensões indexadas à inflação.

De modo que o sítio da net de Gordon Brown proclama despreocupadamente “... os recursos mundiais de petróleo e gás são suficientes para sustentar o crescimento económico num futuro previsível”, apesar de toda a evidência em contrário. No entanto, talvez ele o possa afirmar com alguma confiança; pelo modo como as coisas vão, o seu futuro previsível não é de todo assim tão longo.»
Tradução realizada por mim.
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Muppet Show - Swedish Chef - making cake

Recordar os "Marretas" e o Cozinheiro Sueco, porque rir é bom!

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quinta-feira, maio 08, 2008

O que é o Ultraliberalismo?


A propósito desta discussão no Klepsýdra, por vezes não é fácil perceber o real significado de chavões como neoliberalismo ou ultraliberalismo, quando falamos de sistemas económicos. Estamos realmente a falar de quê?

Nesta citação, retirada do capítulo Deteriorating Oil and Food Security de um livro já aqui referido, encontramos uma pista interessante:

«Darrin Qualman, Director of Research for the National Farmer´s Union of Canada says, "The problem isn´t simply Peak Oil ... . The problem is the combination of Peak Oil and an economy system in which ... «no one is in control». Ours is a system where it is no one´s job to look past next year´s profits, to take stock of how this year´s production might affect next decade´s weather, ... where we become ever more dependent on energy despite the fact that no one is keeping an eye on the fuel gauge.»

Ora, quando ninguém tem o sistema sob controle, a tendência é para que vença o mais forte, para que se tenda para o caos, para que o interesse público seja preterido face a interesses particulares, para que interesses imediatos se sobreponham aos de gerações futuras, etc.
Quando a afectação de recursos é deixada exclusivamente ao critério do mercado, a ética não conta e por isso vemos, por exemplo, que pouco importa que se morra de fome se for economicamente mais rentável utilizar cereais para produzir combustível.

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sábado, maio 03, 2008

Status Anxiety - A ansiedade do "status"

Parte I do documentário. Veja aqui a sequência completa. O livro "Status Anxiety " de Alain de Botton .

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A Crise Alimentar Global

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