segunda-feira, julho 24, 2006

Finança Ética, exemplo da Noruega

O fundo de pensões do Governo Norueguês, um dos maiores do mundo fruto do rendimento do petróleo, decidiu penalizar as acções de companhias com práticas que violam direitos básicos dos trabalhadores, como a Wall-Mart, direitos humanos em geral, causam danos graves ao ambiente ou estão envolvidas na produção de armas nucleares ou minas terrestres.
A carteira do fundo está a ser avaliada de modo a desinvestir em empresas que não cumprem critérios éticos fundamentais. Um exemplo a seguir!
A notícia está aqui.
Para saber mais sobre finança ética, eis mais dois exemplos: o Banco "Banca Etica" , de Itália, e o "Triodos Bank" do Reino Unido.
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domingo, julho 23, 2006

A Globalização Económica será desejável? É melhor pensar duas vezes!

Numa conferência para o Pentágono intitulada "A crise energética chegou", o fundador do Banco de Investimentos Simmons & Company , especializado na indústria petrolífera, sugere que a globalização económica tem que ser revertida para fazer face ao desafio do esgotamento das energias fósseis. Uma agricultura mais próxima, ou dentro, das cidades, uma redução das deslocações diárias casa-trabalho, uma actividade produtiva em geral mais próxima do consumidor, para evitar o consumo excessivo de energia em transportes, são algumas das recomendações para enfrentar o agravamento da crise energética que se vislumbra no horizonte. Para uma análise desta posição ler este artigo .
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sábado, julho 22, 2006

AMBIENTE VS ECONOMIA

Nos últimos tempos tem aumentado o coro de protestos contra o ambiente como factor de bloqueio do desenvolvimento económico. O abandono do investimento na refinaria do Patrick de Barros por causa das emissões de CO2 levou o responsável da Agência Portuguesa para o Investimento , Basílio Horta, a reiniciar a polémica contra o Ambiente e, em particular, contra as quotas impostas a Portugal no quadro da negociação na União Europeia para o cumprimento do Protocolo de Quioto. Outra manifestação desta onda contra o Ambiente, mais prosaica, mas reveladora da falta de cultura de muitos dos nossos dirigentes, foi o apelo à pedrada contra os Inspectores do Ministério do Ambiente pelo insigne Presidente da Associação Nacional de Municípios.
Mas, quando falamos de Ambiente, estamos de facto a falar de quê? O Ambiente está inextrincavelmente ligado à Economia, pela simples razão de que o Ambiente é, no fundo, o nosso suporte de vida. E, sem vida, não há economia!
De facto, as Alterações Climáticas levantam problemas muito sérios à nossa, e a todas, as economias. Mas parece haver um equívoco quanto à origem do problema, como neste artigo de opinião de um ex-Secretário de Estado da Economia no Jornal de Negócios, que até sugere o fim de Quioto!
A verdade é que a Economia já está a sofrer (ver post "Alterações Climáticas e Seguradoras" de 13 de Julho) as consequências das Alterações Climáticas.
Felizmente, parece haver quem tenha bom senso, também nos meios empresariais, como é o caso deste artigo de Nuno Ribeiro da Silva, gestor e ex-Secretário de Estado da Energia, igualmente no Jornal de Negócios.
Mas, este desafio do Ambiente à Economia pode ser igualmente fonte de oportunidades, como sugere o relatório : A Will to Compete: a Competitive, Clever and Clean Europe.
Como diz a investigadora Constança Peneda, do INETI, num artigo de opinião no Diário Económico, algo tem de mudar na relação entre Economia e Ambiente em Portugal.
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segunda-feira, julho 17, 2006

NOVO AEROPORTO: MAIS UM PROJECTO DESASTROSO?

A projectada construção de um novo aeroporto de Lisboa na OTA é justificada, sobretudo, pela incapacidade da Portela de dar resposta ao crescente tráfego aéreo. O pressuposto de crescimento contínuo de tudo o que é variável económica funda-se num vício de análise que nunca põe em causa o modelo subjacente. Ora, assume cada vez mais importância uma questão que coloca sérias reservas a estas projecções exponenciais de crescimento de tráfego aéreo: o esgotamento progressivo do petróleo. A "newsletter" nº 67 de Julho de 2006 da ASPO Association for the Study of Peak Oil and Gas ou Associação para o Estudo do Pico do Petróleo e do Gás refere um artigo da Revista da Indústria Aeronáutica Internacional Airways intitulado "Peak Oil – The Collapse of Commercial Aviation" de Alex Kuhlman. O relatório "The Oil Crisis and its Impact on the Air Cargo Industry" do Institute for the Analysis of Global Security é igualmente revelador das dificuldades que aí vêm.

Este artigo e este outro parecem colocar bem o problema. A aviação comercial não poderá, portanto, crescer indefinidamente num contexto de esgotamento do petróleo, matéria-prima do querosene, daí que a construção de um grande novo aeroporto tenha que ser muito bem ponderada.


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quinta-feira, julho 13, 2006

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E SEGURADORAS


As consequências económicas das Alterações Climáticas já estão a fazer-se sentir e vão agravar-se. As Companhias Seguradoras são as mais directamente afectadas e são elas que transmitem a toda a economia os custos acrescidos resultantes de uma maior frequência de cheias, incêndios florestais, furacões, etc. (Ler noticia ao lado do Diário Económico). A empresa líder mundial em gestão de risco, Marsh, no Relatório Climate Change: Business Risks and Solutions aponta para esta realidade.
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DISTRIBUIÇÃO DAS RESERVAS DE PETRÓLEO


The world had 1.2 trillion barrels of proven oil reserves at the end of 2005, according to BP. If overall production continues at last year's rate, known oil will last for 41 years. But it will run out more slowly in some countries than in others. At today's extraction rate, Saudi Arabia's reserves, which account for more than a fifth of the world total, will last for 66 years.
Segundo esta estimativa publicada na revista "The Economist", às taxas de produção de 2005, as reservas de petróleo darão para mais 41 anos. Pode parecer que ainda são muitos anos, mas não são! Ainda por cima, em vastas regiões produtoras o petróleo esgotar-se-á muito antes, visto estar concentrado sobretudo no Médio Oriente, onde as tensões políticas e as amizades pelo Ocidente são o que se conhece. De modo que seria conveniente começar a fazer algo o mais cedo possível para reduzir a dependência das nossas sociedades em relação a esta fonte de energia. Antes que seja tarde e o colapso seja a única saída.
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PROTOCOLO SOBRE O ESGOTAMENTO DO PETRÓLEO; OIL DEPLETION PROTOCOL



Este protocolo propõe uma gestão racional e equilibrada da produção e consumo de petróleo, fomentando a cooperação e a transparência:

Considerando que a passagem da história tem registado um ritmo de mudança crescente, de modo que a procura por energia tem aumentado rapidamente em paralelo com a população mundial ao longo dos últimos 200 anos posteriores à Revolução Industrial;
Considerando que a oferta de energia exigida pela população mundial tem vindo principalmente do carvão e do petróleo, tendo sido formados quase sempre no passado geológico, e que tais recursos estão inevitavelmente sujeitos a esgotamento;
Considerando que o petróleo proporciona 90 por cento do combustível para os transportes, é essencial ao comércio e desempenha um papel crítico na agricultura, necessária para alimentar a expansão populacional;
Considerando que o petróleo está desigualmente distribuído sobre o Planeta por razões geológicas bem entendidas, com grande parte dele estando concentrado em cinco países junto ao Golfo Pérsico;
Considerando que todas as maiores províncias produtivas do Mundo já foram identificadas graças à tecnologia avançada e ao conhecimento geológico cada vez melhor, sendo agora evidente que as descobertas alcançaram um pico na década de 1960, apesar dos progressos tecnológicos e de uma pesquisa diligente;
Considerando que o pico passado da descoberta inevitavelmente conduz a um correspondente pico da produção durante a primeira década do século XXI, assumindo que não haja um declínio radical da procura; Considerando que o início do declínio deste recurso crítico afecta todos os aspectos da vida moderna, o que tem graves implicações políticas e geopolíticas;
Considerando que é adequado planear uma transição ordenada para o novo ambiente mundial de oferta de energia reduzida, tomando disposições para evitar o desperdício de energia, estimular a entrada de energias substitutas e estender o tempo de vida do petróleo remanescente;
Considerando que é desejável atender aos desafios que assomam no horizonte de uma maneira cooperativa e equitativa, assim como os relacionados com as preocupações da mudança climática, da estabilidade económica e financeira e das ameaças de conflitos para acesso a recursos críticos.
É PROPOSTO AGORA QUE
1- Seja convocada uma convenção de nações para considerar a questão tendo em vista concertar um Acordo com os seguintes objectivos:
a) evitar a especulação (profiteering) com a escassez, de modo a que os preços do petróleo possam permanecer num relacionamento razoável com o custo de produção;
b) permitir aos países pobres manterem as suas importações;
c) evitar desestabilizar fluxos financeiros decorrentes de preços excessivos de petróleo;
d) encorajar os consumidores a evitarem o desperdício;
e) estimular o desenvolvimento de energias alternativas.
2- Tal Acordo terá disposições com os seguintes contornos:
a) Nenhum país produzirá petróleo acima da sua actual Taxa de Esgotamento, sendo a mesma definida como produção anual como uma porcentagem da quantidade estimada deixada para produzir;
b) Cada país importador reduzirá as suas importações para atingir a actual Taxa Mundial de Esgotamento, deduzindo qualquer produção interna.
3- Disposições pormenorizadas cobrirão a definição das várias categorias de petróleo, isenções e qualificações, e os procedimentos científicos para a estimação da Taxa de Esgotamento.
4- Os países signatários cooperarão proporcionando informação sobre as suas reservas, permitindo auditoria técnica plena, a fim de que a Taxa de Esgotamento possa ser determinada com precisão.
5- Os países signatários terão o direito de recorrer quanto à avaliação da sua Taxa de Esgotamento no caso de alteração de circunstâncias.
VERSÃO EM INGLÊS
The Oil Depletion Protocol (As drafted by Dr. Colin J. Campbell)*


WHEREAS the passage of history has recorded an increasing pace of change, such that the demand for energy has grown rapidly in parallel with the world population over the past two hundred years since the Industrial Revolution;

WHEREAS the energy supply required by the population has come mainly from coal and petroleum, such resources having been formed but rarely in the geological past and being inevitably subject to depletion;

WHEREAS oil provides ninety percent of transport fuel, is essential to trade, and plays a critical role in the agriculture needed to feed the expanding population;

WHEREAS oil is unevenly distributed on the Planet for well-understood geological reasons, with much being concentrated in five countries bordering the Persian Gulf;

WHEREAS all the major productive provinces of the World have been identified with the help of advanced technology and growing geological knowledge, it being now evident that discovery reached a peak in the 1960s, despite technological progress and a diligent search;

WHEREAS the past peak of discovery inevitably leads to a corresponding peak in production during the first decade of the 21st Century, assuming no radical decline in demand;

WHEREAS the onset of the decline of this critical resource affects all aspects of modern life, such having grave political and geopolitical implications;

WHEREAS it is expedient to plan an orderly transition to the new World environment of reduced energy supply, making early provisions to avoid the waste of energy, stimulate the entry of substitute energies, and extend the life of the remaining oil;

WHEREAS it is desirable to meet the challenges so arising in a co-operative and equitable manner, such to address related climate change concerns, economic and financial stability, and the threats of conflicts for access to critical resources.

NOW IT IS PROPOSED THAT

A convention of nations shall be called to consider the issue with a view to agreeing an Accord with the following objectives:

• to avoid profiteering from shortage, such that oil prices may remain in reasonable relationship with production cost;

• to allow poor countries to afford their imports;

• to avoid destabilizing financial flows arising from excessive oil prices;

• to encourage consumers to avoid waste;

• to stimulate the development of alternative energies.

Such an Accord shall have the following outline provisions:

• The world and every nation shall aim to reduce oil consumption by at least the world depletion rate.

• No country shall produce oil at above its present depletion rate.

• No country shall import at above the world depletion rate.

• The depletion rate is defined as annual production as a percent of what is left (reserves plus yet-to-find).

• The preceding provisions refer to regular conventional oil—which category excludes heavy oils with cut-off of 17.5 API, deepwater oil with a cut-off of 500 meters, polar oil, gas liquids from gas fields, tar sands, oil shale, oil from coal, biofuels such as ethanol, etc.

Detailed provisions shall cover the definition of the several categories of oil, exemptions and qualifications, and the scientific procedures for the estimation of Depletion Rate.

The signatory countries shall cooperate in providing information on their reserves, allowing full technical audit, such that the Depletion Rate may be accurately determined.

The signatory countries shall have the right to appeal their assessed Depletion Rate in the event of changed circumstances.
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