sábado, agosto 05, 2006

PROTOCOLO DE ESGOTAMENTO DO PETRÓLEO: O LIVRO

A proposta para a implementação de um protocolo internacional que promova uma utilização mais racional de um recurso escasso e fundamental como é o petróleo foi lançada em livro. Visa esclarecer governos, empresas e cidadãos sobre as tremendas consequências do pico petrolífero para a civilização moderna. Aqui pode ler um excerto em português do Relatório feito para o Departamento da Energia dos EUA: "PEAKING OF WORLD OIL PRODUCTION:IMPACTS, MITIGATION, & RISK MANAGEMENT"
Cada pessoa pode dar a sua contribuição para a implementação deste protocolo. Veja como (em inglês)
«O Protocolo do Esgotamento do Petróleo (Oil Depletion Protocol) proporciona um caminho para o futuro. Ele foi redigido pela Association for the Study of Peak Oil (ASPO).
A ideia do Protocolo é essencialmente directa: países importadores de petróleo concordariam em reduzir as suas importações numa porcentagem anual ajustada (a Taxa de Esgotamento do Petróleo Mundial, World Oil Depletion Rate ), ao passo que os países exportadores concordariam em reduzir a sua taxa de exportações de acordo com a sua Taxa de Esgotamento nacional.
O conceito de Taxa de Esgotamento é talvez o aspecto técnico mais desafiador do Protocolo, apesar de ser fácil apreende-lo se se pensar um pouco. Cada país tem claramente uma dotação finita de petróleo dada pela natureza. Assim, quando o primeiro foi extraído, há consequentemente um a menos deixado para o futuro.
Aquilo que é deixado para o futuro consiste de dois elementos:
primeiro, quanto permanece em campos petrolíferos conhecidos, denominado Reservas Remanescentes (Remaining Reserves);
e segundo, quanto ainda há para ser descoberto no futuro (denominado Ainda por Descobrir, Yet-to-Find ).
Quanto é o Ainda por Descobrir pode ser razoavelmente estimado através da extrapolação da tendência de descobertas do passado.
A Taxa de Esgotamento é igual à quantidade anual actualmente a ser extraída dividida pelo total do Ainda por Produzir (Yet-to-Produce).
A Noruega é um país que relata estimativas de reservas excepcionalmente exactas. O total produzido até à data é de 18,5 mil milhões de barris (Gb), e 11,3 Gb permanecem em campos conhecidos, com cerca de 2 deixados por descobrir, o que dá um total arredondado de 32 Gb. Segue-se que 13,5 Gb restam por produzir. Em 2004, foram extraído 1,07 Gb, o que dá uma Taxa de Esgotamento de 7,9 por cento (1,07/13,5).
Deve ser enfatizado que as actuais estimativas de Reservas que estão no domínio público são grosseiramente inconfiáveis, e uma das finalidades do Protocolo é assegurar melhor informação. A Taxa de Esgotamento estimada para cada país, e finalmente para o Mundo como um todo, é sujeita a revisão quando se torna disponível melhor informação, mas a resultante correcção da Taxa de Esgotamento não será grande, provocando provavelmente uma variação de menos de um porcento. O Protocolo de Esgotamento exigiria aos importadores que reduzissem as suas importações de acordo com a Taxa Mundial de Esgotamento (que é de 2,5 porcento) a cada ano a fim de por a procura em equilíbrio com a oferta mundial. Tal como declarado antes, os exportadores reduziriam a sua produção de acordo com a sua Taxa de Esgotamento nacional. Assim, a Noruega reduziria a sua produção em 7,9 porcento a cada ano (a produção daquele país já está a declinar a uma taxa ainda mais elevada). A imposição sobre os países produtores não representa um grande fardo, uma vez que de qualquer forma poucos agora aumentam a sua taxa de produção, e muitos estão a experimentar produção declinante por razões puramente geológicas, como é o caso da Noruega e dos EUA. Concordar em produzir menos petróleo não inibiria a exploração porque novas descobertas reduziriam a Taxa de Esgotamento nacional, e isso permitiria uma taxa de exportação mais elevada do que seria o caso antes das mesmas. O principal impulso do Protocolo seria no sentido de exigir aos importadores que cortassem importações, mas a inclusão dos produtores nas disposições estimularia maior cooperação entre as duas facções. Qualquer produção nativa num país que fosse um importador líquido provavelmente não proporcionaria àquele país uma vantagem injusta, pois a produção dentro da maior parte dos países importadores já está a declinar a uma taxa mais alta do que a Taxa de Esgotamento Mundial. Como os importadores tratariam internamente da restrição de importação seria da sua própria competência (embora estratégias tanto para obter ofertas de combustíveis alternativos e para reduzir a procura por petróleo sem dúvida fossem necessárias).» in "Como evitar guerras petrolíferas, terrorismo e colapso económico" de Richard Heinberg

Sem comentários: