quarta-feira, novembro 09, 2005

A Civilização do Petróleo

A nossa Civilização Industrial é fundamentalmente fruto de um único recurso não renovável: o petróleo. Em última análise, praticamente tudo o que diz respeito à produção e consumo, seja de bens ou de serviços, depende do consumo de energia, cuja fonte fundamental tem sido o petróleo. As sociedades ocidentais tomaram como natural o consumo desenfreado de energia como se fosse inesgotável. Mas não é! Uma fé cega na tecnologia e no mercado descurou a prudência na utilização de recursos escassos, supondo um futuro milagre que nos proporcionaria com uma varinha mágica a solução para os nossos problemas energéticos. Esta situação, em vez de conduzir a estratégias de conservação e eficiência energética a nível global - com implicações na forma como organizamos as nossas cidades e o território em geral, os nossos transportes e a produção ( sobretudo nas mega cidades, mas também em países como Portugal, onde o centro de cidades como Lisboa se desertifica de povo e de comércio em benefício dos subúrbios, dos mega centros comerciais e de longos e intrincados eixos viários, forçando as deslocações) - continua a agravar-se com a paradoxal adopção do modelo ocidental pelas novas potências económicas emergentes como a China, o Brasil, a Índia, etc..
O Mundo está a entrar numa fase em que se afiguram duas opções fundamentais: ou continuamos como até aqui com um resultado certo, o colapso da Civilização, ou invertemos drasticamente a organização das nossas sociedades e economia, ganhando tempo até estabilizarmos a população mundial, ao mesmo tempo que investimos mais em investigação para obtenção de energias alternativas.
Os seguintes dados, retirados de um livro que provocou alguma agitação, merecem séria reflexão.
(tradução livre)
«Eis alguns factos salientes sobre a situação global do petróleo:

  • A dotação planetária total de petróleo líquido convencional não renovável era grosso modo de dois biliões de barris antes da humanidade começar a sua exploração. Desde meados do Séc. XIX até hoje, o mundo queimou cerca de um bilião de barris de petróleo, metade do total que jamais existiu, representando a parte mais fácil de obter e a de maior qualidade. A metade que resta inclui o petróleo mais díficil de obter, líquidos de menor qualidade, semisólidos e sólidos.
  • As descobertas de petróleo a nível global atingiram o seu pico em 1964 e têm seguido uma firme linha descendente desde então .

  • A taxa de utilização de petróleo acelerou tremendamente desde 1950. A explosiva taxa de crescimento da população mundial ocorreu em paralelo com as nossas taxas de utilização do petróleo ( na realidade, o petróleo permitiu a explosão populacional).

  • O mundo está agora a utilizar 27 mil milhões de barris de petróleo por ano. Se cada gota do bilião de barris remanescente pudesse ser extraído aos actuais rácios de custos e às actuais taxas de produção - o que é extremamente improvável - a totalidade da dotação existente duraria apenas mais uns 37 anos.

  • Na realidade, uma parte substancial da metade remanescente do petróleo mundial nunca será recuperável.
  • Após o pico de produção, a procura mundial excederá a capacidade mundial de produção de petróleo.
  • Após o pico de produção, o esgotamento prosseguirá a 2 a 6% ao ano, enquanto a população mundial continuará a aumentar (por algum tempo)
  • Mais de 60% do petróleo remanescente situa-se no Médio Oriente.
  • Os Estados Unidos possuem 3% das reservas de petróleo remanescente no mundo, mas consumem 25% da produção diária mundial.
  • Os Estados Unidos ultrapassaram o pico de produção em 1970 com a taxa anual de produção caindo para metade desde então - de cerca de 10 milhões de barris por dia em 1970 para pouco mais de 5 milhões em 2003.
  • O rácio da energia despendida pela indústria petrolífera dos EUA para retirar o petróleo do subsolo relativamente à energia produzida por esse mesmo petróleo caíu de 28:1 em 1916 para 2:1 em 2004 e continuará a cair.»

in "The Long Emergency - Surviving the converging catastrophes of the twenty-first century"

James Howard Kunstler

Ler mais...

terça-feira, outubro 18, 2005

Avian Influenza - Gripe Aviária

A revista de divulgação científica "Science & Vie" na sua edição de Fevereiro de 2005 traça um cenário verdadeiramente assustador sobre as consequências que poderão advir de uma pandemia de gripe em resultado de uma mutação do vírus da gripe aviária. Os cientistas afirmam que é praticamente inevitável que, mais cedo ou mais tarde, essa mutação ocorra, permitindo o contágio de pessoa para pessoa. Por enquanto, a estirpe mais perigosa transmite-se unicamente dos animais para as pessoas em contacto muito próximo.
Segundo a "Science & Vie", as autoridades francesas, por exemplo, estão a levar muito sério esta ameaça. Para ter uma ideia da potencial gravidade desta ameaça, o Instituto Nacional de Vigilância Sanitária francês estima, para o pior cenário, que tal pandemia poderia afectar entre 9 e 21 milhões de franceses, com uma taxa de mortalidade que poderia atingir 70%, ou 6,3 a 14,7 milhões de mortos!
É importante que todos levem esta ameaça muito a sério, informando-se e sendo exigente com as autoridades. Esta será a melhor forma de evitar os piores cenários.
No passado ocorreram gripes deste género, a mais grave em 1918, a chamada Gripe Espanhola. O impacto foi tal que alguns consideram que teve um papel fundamental no derrube de três impérios: Hohenzollerns na Alemanha, Habsburgos na Áustria e Romanovs na Rússia.
Este tipo de gripe aviária é recorrente e os focos de propagação têm-se localizado no Extremo Oriente, em países como o Vietname, a China, etc. As condições sanitárias deficientes, a pobreza e o contacto directo com os animais facilitam o desenvolvimento e disseminação da doença. Este é um bom exemplo de como vivemos de facto num só mundo, um mundo muito integrado e interdependente.É também a prova de como a cooperação internacional é essencial.
Ler mais...

quinta-feira, outubro 13, 2005

O Planeta numa encruzilhada




A edição especial de Setembro da "Scientific American" debruça-se sobre os caminhos que o Planeta Terra e a nossa Civilização Industrial têm pela frente: desde o Colapso, tema sobre o qual existe uma literatura "florescente", até àquele que soubermos construir de forma consciente e equilibrada. Os tópicos abordados poderão ser encontrados aqui
Ler mais...

Os Limites do Crescimento

Em 1972 foi publicado um livro que causou muita polémica e debate : "Os Limites do Crescimento". Este foi o resultado do trabalho de investigação realizado por uma equipa do Massachusetts Institute of Technology (MIT) coordenada por Donella Meadows, a pedido do Clube de Roma, uma associação informal de empresários, estadistas e cientistas.
Basicamente, afirmou-se na altura que, ao ritmo do crescimento da população, da utilização de recursos naturais, da poluição, etc., por finais do Séc. XXI a Humanidade correria sérios riscos de sobrevivência. Muito se escreveu a desvalorizar os argumentos apresentados, frequentemente deturpando-os. Trinta anos depois surge uma segunda actualização daquela obra: "Limits to Growth - The 30-Year Update".
A seguinte transcrição resume bem o que está em causa:

« What the authors said in 1972:

"If the present growth trends in world population, industrialization, pollution, food production, and resource depletion continue unchanged, the limits to growth in this planet will be reached sometime within the next 100 years. The most probable result will be a rather sudden and uncontrolled decline in both population and industrial capacity"

How the critics responded:

"With current and near current technology, we can support 15 billion people in the world at twenty thousand dollars per capita for a millennium - and that seems to be a very conservative statement."
- Herman Kahn

"The material conditions of life will continue to get better for most people, in most countries, most of the time, indefinitely. Within a century or two, all nations and most of humanity will be at or above today´s Western living standards."
- Julian Simon

The emerging consensus today:
"Human beings and the natural world are on a collision course. Human activities inflict harsh and often irreversible damage on the environment and on critical resources. If not checked, many of our current practices put at serious risk the future that we wish for human society and the plant and animal kingdoms, and may so alter the living world that it will be unable to sustain life in the manner that we know. Fundamental changes are urgent if we are to avoid the collision our present course will bring about."
- «"World Scientists" Warning to Humanity» signed by more than 1600 scientists, including 102 Nobel laureates, from 70 countries»
Ler mais...

quinta-feira, outubro 06, 2005

Ameaças à Segurança Alimentar

Por segurança alimentar entende-se, não a segurança ou qualidade dos alimentos mas, a existência de alimentos suficientes para garantir o abastecimento da população mundial.
A segurança alimentar tem vindo a enfrentar novas ameaças como sejam a redução da biodiversidade, as alterações climáticas, a erosão dos solos, a escassez de água, a prática de uma agricultura industrial, etc.
No entanto existem formas de contrariar esta tendência:

Ler: Cultivating Food Security
Ler mais...

terça-feira, outubro 04, 2005

Contra a Directiva Bolkestein


Basicamente, esta directiva pretender liberalizar os serviços na Europa através do nivelamento por baixo dos salários, agravando ainda mais a desigualdade social. Na prática, um médico polaco ou um canalizador eslovaco desempregados nos seus países poderiam vir trabalhar para Portugal auferindo um salário equivalente ao do seus países de origem.
Proteste subscrevendo a petição
Ler mais...

quarta-feira, setembro 28, 2005

Mapa de Portugal do Séc. XXII ?


Será esta a nova configuração do país no início do Séc. XXII, devida ao aquecimento global?
Talvez esta simulação seja exagerada, talvez não. Mas é uma simulação que mostra como poderia ser o centro do território português no ano 2100 se o nível das águas do mar subisse. Será que podemos mesmo desvalorizar esta hipótese, sobretudo quando vemos que pouco ou quase nada está a ser feito para combater as alterações climáticas?
Ler mais...

terça-feira, setembro 27, 2005

A Suécia


Não existem sociedades perfeitas, é um facto. No entanto, algumas merecem especial atenção por aquilo que conseguem proporcionar aos seus cidadãos. A Suécia é certamente um desses casos. Embora não seja um país muito rico em termos do seu Produto Interno Bruto “per capita” traduzido em capacidade de poder de compra (20º lugar), figura no entanto na 6ª posição do Índice de Desenvolvimento Humano de 2005, publicado recentemente pelo Programa das Nacões Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Este índice tem em consideração, para além do tradicional PIB “per capita”, indicadores de saúde e educação, proporcionando assim um retrato mais equilibrado do nível de desenvolvimento de um país.

O que a situação da Suécia demonstra é que mais desenvolvimento social, um maior bem-estar não se obtém apenas e só com mais rendimento. A Suécia constitui também um modelo que tem incomodado os adeptos de um excessivo liberalismo económico, traduzido no chamado pensamento único do “Consenso de Washington”.
Este artigo de um jornalista americano é uma descrição interessante da sociedade sueca, por oposição à sociedade americana, símbolo do mercado livre.
Ler mais...

sexta-feira, setembro 09, 2005

O Petróleo, outra vez!



Pode parecer que o autor deste blog está obcecado com o petróleo, mas a verdade é que este tema está longe de ser uma matéria que deva preocupar apenas economistas ou engenheiros. O seguinte artigo , sobre o livro cuja capa aparece aqui ao lado, é bem revelador disso mesmo.

Ler mais...

quarta-feira, setembro 07, 2005

Os pés de barro da "Única Super Potência”

Como dizia ontem na “Sky News” o ex-governador do Estado de Nova Iorque, Mario Cuomo, a reacção das autoridades americanas à catástrofe provocada pelo furacão Katrina revela o profundo desprezo da actual liderança nos EUA em relação aos deveres de Governo, ao dever de zelar pela segurança dos seus cidadãos, enfim, pelo dever de promover uma sociedade mais justa e equilibrada. Isto advém de uma ideologia ultra-liberal, tocando as raias da insanidade, que acredita ou diz acreditar que tudo, em última análise, pode ser resolvido pelo mercado. Na realidade, a ideologia encobre apenas a tentativa da apropriação por uma minoria dos recursos que deveriam ser geridos pelo Estado para o bem geral da comunidade. Exemplos desta prática não faltam, desde a utilização de mercenários na guerra do Iraque à tentativa de privatização total da Segurança Social, passando pela redução de impostos para os ricos. Há uma notável contradição com o discurso securitário a propósito da "guerra contra o terrorismo". Gastam-se milhares de milhões de dólares para se "proteger" os americanos dos terroristas, mas descuram-se os avisos sobre ameaças bem reais como aquela que agora se concretizou em Nova Orleães. Uma questão pode então levantar-se; não será o discurso securitário sobre o terrorismo apenas um bom pretexto para alcançar o tal objectivo da apropriação de recursos públicos por um grupo minoritário, nomeadamente através do reforço de verbas do orçamento para as indústrias de defesa e afins?
Por outro lado, o Presidente americano parece-se cada vez mais, num certo sentido, com uma espécie de "Ayatollah" do Ocidente. Mais do que governar, apela constantemente à compaixão e à oração; uma das primeiras coisas que disse quando se anunciava o desastre foi para que se rezasse pelas vítimas. O Presidente Pastor! Felizmente, o unanimismo e a reverência em torno da figura do Presidente parece estar a ceder.
A consequência de tudo isto, no entanto, é uma progressiva decadência da dita super potência. Sob a aparência de riqueza e incontestado domínio tecnológico, irrompe, para espanto de muitos, a miséria e a violência geralmente esquecidas pelos “media”. De repente, todos se apercebem de que, afinal, a linha entre a barbárie e a civilização é muito ténue e que o Estado tem um papel decisivo e insubstituível. Aliás, a classificação dos EUA em 10º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano, medida mais abrangente do bem estar que inclui indicadores como a saúde e a educação, apesar de ter um dos maiores PIB "per capita", é também reveladora da crescente polarização da sociedade americana.
Ler mais...

terça-feira, setembro 06, 2005

Conheça o Mundo em que Vive

"Click" na Bandeira para aumentar

BURKINA FASO












COLÔMBIA












ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA












UNIÃO EUROPEIA












SOMÁLIA












ANGOLA












BRASIL












CHINA
Ler mais...

segunda-feira, setembro 05, 2005

Participe nesta campanha

Pressione os fabricantes de automóveis a participarem no esforço de redução de gases com efeito de estufa que provocam o aquecimento da atmosfera. Apesar das inovações tecnológicas, os construtores de automóveis continuam a resistir à introdução de padrões mais exigentes na emissão de poluentes Envie a mensagem aqui - TAKE ACTION Ler mais...

domingo, setembro 04, 2005

Portugal ajuda EUA com 2% das reservas petrolíferas

É curioso que um país como o nosso, onde o preço da gasolina já aumentou mais de 25% só este ano, contribua para que o maior consumidor de gasolina do mundo (consome mais de 50% da produção mundial de gasolina!!!) prossiga o esbanjamento de energia. Apesar do desastre no Golfo, os EUA têm petróleo mais que suficiente para as suas necessidades vitais. Se calhar deviam era habituar-se a usarem menos o automóvel. Estamos a falar de um país onde o galão (3.785 litros) custa, em média, menos de três dólares, o que é considerado muito caro. Ou seja, os americanos pagam 63 cêntimos por litro, quando por cá já vai em 1.27 €uros! E em breve pagaremos muito mais! Precisamente devido ao aumento da procura dos EUA no mercado mundial. Ler mais...

quinta-feira, setembro 01, 2005

Corrupção e Desenvolvimento

A corrupção é um forte entrave ao desenvolvimento. O economista do Banco Mundial Daniel Kaufmann no artigo "Dez mitos sobre governação e corrupção" diz que, por exemplo, Portugal poderia atingir os níveis de rendimento da Finlândia se houvesse uma estratégia de combate à corrupção:

"We estimate that a country that improves its governance from a relatively low level to an average level could almost triple the income per capita of its population in the long term, and similarly reduce infant mortality and illiteracy".

Ou seja, a longo prazo, um combate eficaz à corrupção e a melhoria da qualidade da governação em geral poderia conduzir a um aumento de quase o triplo no rendimento "per capita". Significativo! Ler mais...

terça-feira, agosto 30, 2005

Furacões

A frequência e intensidade crescentes deste fenómeno na região das Caraíbas e Golfo do México, e no Pacífico Ocidental (designado nesta região por Tufão) poderão estar relacionadas com o aquecimento global (Ler artigo do Serviço Meteorológico EUA: Furacões e Aquecimento Global), nomeadamente com o aumento da temperatura dos oceanos.

O número de furacões de intensidade máxima (escala de 1 a 5) tem aumentado, com consequências tremendas, não só em perdas humanas, mas também com prejuízos materiais que ameaçam inclusive a estabilidade do sistema financeiro e das economias em geral.
Furacões como o Katrina, que afectou seriamente quatro Estados do sul dos EUA, poderão custar, só em termos de indemnizações pagas pelas companhias de seguros, 26 mil milhões de dólares. Os custos económicos totais poderão chegar aos 100 mil milhões de dólares (Actualização: poderão ultrapassar os 200 mil milhões de dólares, mais que o PIB português). E este não é o primeiro furacão da época a provocar graves danos. E provavelmente não será o último. Também a indústria petrolífera tem sido sucessivamente afectada por este fenómeno, interrompendo a produção e danificando as plataformas de exploração "off-shore".

É por estas razões que as companhias de Resseguros levam muito a sério o problema do aquecimento global, visto estarem na linha da frente dos que assumem as perdas. Ver Muniche RE.
No entanto, os custos destas catástrofes serão progressivamente repercutidos pela economia mundial, sobretudo pela via do aumento dos prémios. Segurar as plataformas petrolíferas, por exemplo, tenderá a ser mais caro.

Para quem sugere que tomar medidas contra o aquecimento global tem elevados custos económicos, deverá pensar então nos custos económicos desse mesmo aquecimento global, traduzido, entre outros fenómenos, pela violência crescente dos furacões. Ler mais...

quinta-feira, agosto 25, 2005

Ásia: 600 000 000 de crianças sem comida, sem cuidados de saúde e sem casa



Revela a Organização Não Governamental PLAN num relatório publicado há dias:
Ver aqui

Child poverty in Asia: new report launchedPress Release, 22 August 2005
Despite Asia’s booming economy 600 million children - almost half the region’s 1.25 billion under-18s - are severely deprived of basic needs such as food, healthcare and shelter (compared with 265 million in sub-Saharan Africa). And over 350 million Asian children live in absolute poverty * according to a new report by Plan. Ler mais...

quarta-feira, agosto 24, 2005

Terrorismo Americano


Robertson calls for assassination of Chavez
Televangelist Pat Robertson
has called for the assassination of Venezuelan President Hugo Chavez, calling him a "terrific danger" to the United States


E "eles" ainda dizem que andam a combater o terrorismo; "eles" são na verdade, isso sim, os maiores terroristas.

Pois, como o Chávez não lhes dá a exploração do petróleo de bandeja para eles continuarem a esbanjarem energia abjectamente e os outros que se lixem, é um perigo para a América, pois claro!

Claro que não se trata de um membro do Governo, mas estes sacrílegos de extrema direita que ousam chamar-se cristãos têm muita influência nos círculos do poder!

Mais em:
Ler mais...

segunda-feira, agosto 22, 2005

ECONOMIA: UM TORNADO NO HORIZONTE


A integração da Economia Mundial é um facto. É por isso que a capa desta edição do "The Economist" sugere tempos agitados para a economia portuguesa no futuro próximo. Depois da febre bolsista, outra ainda maior se lhe seguiu, a especulação imobiliária. O fenómeno, de âmbito mundial, fruto de taxas de juro muito baixas, provocou aquilo que o Economist designa como a maior bolha especulativa da História. Nos EUA gerou uma sensação de enriquecimento que sustentou por mais algum tempo os altos níveis de consumo e endividamento. Quando os preços caírem, o que já começou a acontecer em alguns países, seguir-se-ão falências, queda do consumo e o próprio sistema bancário poderá mesmo enfrentar sérios problemas.
Por cá, no entanto, só se fala de projectos megalómanos para os quais não temos dinheiro. Não nos estamos a prevenir minimamente! Ler mais...

CAMPANHA PELO FIM DAS ARMAS NUCLEARES

In the 60th Anniversary year of the US bombings of Hiroshima and Nagasaki, the Nuclear Non-Proliferation Treaty Review Conference met at the UN in New York City to discuss the fate of a treaty in serious disarray. The Mayors for Peace, led by Mayors of Hiroshima and Nagasaki have enrolled hundreds of mayors across the globe in the Emergency Campaign to Ban Nuclear Weapons. On May 1st, on the eve of the opening day of the NPT Review Conference, tens of thousands of people - including mayors, civic officials and citizens from around the globe - marched in the streets of New York City demanding the total abolition of nuclear weapons and the end of nuclear excuses for war.

Para mais informação ver:

http://www.abolitionnow.org/ Ler mais...

domingo, agosto 21, 2005

A INDÚSTRIA DOS INCÊNDIOS


José Gomes Ferreira
-----------------------------
A evidência salta aos olhos: o país está a arder porque alguém quer que ele arda. Ou melhor, porque muita gente quer que ele arda. Há uma verdadeira indústria dos incêndios em Portugal. Há muita gente a beneficiar, directa ou indirectamente, da terra queimada.

José Gomes Ferreira Sub-director de Informação da SIC Notícias


Oficialmente, continua a correr a versão de que não há motivações económicas para a maioria dos incêndios. Oficialmente continua a ser dito que as ocorrências se devem a negligência ou ao simples prazer de ver o fogo. A maioria dos incendiários seriam pessoas mentalmente diminuídas. Mas a tragédia não acontece por acaso. Vejamos: 1 - Porque é que o combate aéreo aos incêndios em Portugal é TOTALMENTE concessionado a empresas privadas, ao contrário do que acontece noutros países europeus da orla mediterrânica? Porque é que os testemunhos populares sobre o início de incêndios em várias frentes imediatamente após a passagem de aeronaves continuam sem investigação após tantos anos de ocorrências? Porque é que o Estado tem 700 milhões de euros para comprar dois submarinos e não tem metade dessa verba para comprar uma dúzia de aviões Cannadair? Porque é que há pilotos da Força Aérea formados para combater incêndios e que passam o Verão desocupados nos quartéis? Porque é que as Forças Armadas encomendaram novos helicópteros sem estarem adaptados ao combate a incêndios? Pode o país dar-se a esse luxo? 2 - A maior parte da madeira usada pelas celuloses para produzir pasta de papel pode ser utilizada após a passagem do fogo sem grandes perdas de qualidade. No entanto, os madeireiros pagam um terço do valor aos produtores florestais. Quem ganha com o negócio? Há poucas semanas foi detido mais um madeireiro intermediário na Zona Centro, por suspeita de fogo posto. Estranhamente, as autoridades continuam a dizer que não há motivações económicas nos incêndios... 3 - Se as autoridades não conhecem casos, muitos jornalistas deste país, sobretudo os que se especializaram na área do ambiente, podem indicar terrenos onde se registaram incêndios há poucos anos e que já estão urbanizados ou em vias de o ser, contra o que diz a lei. 4 - À redacção da SIC e de outros órgãos de informação chegaram cartas e telefonemas anónimos do seguinte teor: "enquanto houver reservas de caça associativa e turística em Portugal, o país vai continuar a arder". Uma clara vingança de quem não quer pagar para caçar nestes espaços e pretende o regresso ao regime livre. 5 - Infelizmente, no Norte e Centro do país ainda continua a haver incêndios provocados para que nas primeiras chuvas os rebentos da vegetação sejam mais tenros e atractivos para os rebanhos. Os comandantes de bombeiros destas zonas conhecem bem esta realidade. Há cerca de um ano e meio, o então ministro da Agricultura quis fazer um acordo com as direcções das três televisões generalistas em Portugal, no sentido de ser evitada a transmissão de muitas imagens de incêndios durante o Verão. O argumento era que, quanto mais fogo viam no ecrã, mais os incendiários se sentiam motivados a praticar o crime... Participei nessa reunião. Claro que o acordo não foi aceite, mas pessoalmente senti-me indignado. Como era possível que houvesse tantos cidadãos deste país a perder o rendimento da floresta - e até as habitações - e o poder político estivesse preocupado apenas com um aspecto perfeitamente marginal? Estranhamente, voltamos a ser confrontados com sugestões de responsáveis da administração pública no sentido de se evitar a exibição de imagens de todos os incêndios que assolam o país. Há uma indústria dos incêndios em Portugal, cujos agentes não obedecem a uma organização comum mas têm o mesmo objectivo - destruir floresta porque beneficiam com este tipo de crime. Estranhamente, o Estado não faz o que poderia e deveria fazer: 1 - Assumir directamente o combate aéreo aos incêndios o mais rapidamente possível. Comprar os meios, suspendendo, se necessário, outros contratos de aquisição de equipamento militar. 2 - Distribuir as forças militares pela floresta, durante todo o Verão, em acções de vigilância permanente. (Pelo contrário, o que tem acontecido são acções pontuais de vigilância e combate às chamas). 3 - Alterar a moldura penal dos crimes de fogo posto, agravando substancialmente as penas, e investigar e punir efectivamente os infractores 4 - Proibir rigorosamente todas as construções em zona ardida durante os anos previstos na lei. 5 - Incentivar a limpeza de matas, promovendo o valor dos resíduos, mato e lenha, criando centrais térmicas adaptadas ao uso deste tipo de combustível. 6 - E, é claro, continuar a apoiar as corporações de bombeiros por todos os meios. Com uma noção clara das causas da tragédia e com medidas simples mas eficazes, será possível acreditar que dentro de 20 anos a paisagem portuguesa ainda não será igual à do Norte de África. Se tudo continuar como está, as semelhanças físicas com Marrocos serão inevitáveis a breve prazo.

José Gomes Ferreira Ler mais...

POUPAR ÁGUA

SECA: Quercus alerta para o que cada cidadão pode fazer

A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, baseada no Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água aprovado em Dezembro de 2001 vem contribuir para uma das componentes importantes a ter em conta no dia a dia da gestão de recursos hídricos e em particular em período de seca – a actuação dos cidadãos através de pequenas remodelações que podem efectuar em suas casas e através da mudança de comportamentos.
Eficiência na gestão da água é imperativo ambientalOs recursos hídricos não são ilimitados e em situação de escassez a sua gestão deve ser ainda mais cuidada porque:- Uma maior eficiência corresponde obviamente a redução dos caudais captados e portanto a uma maior salvaguarda e segurança no abastecimento e salvaguarda dos recursos;- Corresponde a um interesse económico a nível nacional (poupança de água representa 0,64% do Produto Interno Bruto nacional);- Aumenta naturalmente a competitividade das empresas nos mercados nacional e internacional.- Uma maior racionalidade de investimentos, minimizando ou mesmo evitando em alguns casos a necessidade de ampliação e expansão dos sistemas de captação e tratamento de água;- Trata-se de um interesse económico ao nível dos cidadãos, na medida em que permite uma redução dos encargos com a utilização da água sem prejuízo da qualidade de vida;- Constitui uma obrigação de Portugal no âmbito da Directiva-Quadro da Água.O que podemos fazer?Autoclismos- Ajuste do autoclismo para o volume de descarga mínimo (quando aplicável);- Uso de descarga de menor volume, ou interrupção da descarga, para usos que não necessitem da descarga total (e.g. urina);- Colocação de lixo em balde apropriado a esse fim, evitando deitar lixo na bacia de retrete e a descarga associada;- Redução do volume de armazenamento (colocando garrafas, pequenas barragensplásticas, etc.), evitando no entanto usar objectos que se deteriorem ou que impeçam o bom funcionamento dos mecanismos;- Não efectuar descargas desnecessárias do autoclismo;- Reutilização de água de outros usos para lavagem da bacia de retrete (em situações de escassez);- Aquisição ou substituição de autoclismos, eventualmente associados a retretes específicas, mais eficientes.Chuveiros- Utilização preferencial do duche em alternativa ao banho de imersão;- Utilização de duches curtos, com um período de água corrente não superior a 5 minutos;- Fecho da água do duche durante o período de ensaboamento;- Em caso de opção pelo banho, utilização de apenas 1/3 do nível máximo da banheira;- Recolha da água fria corrente até chegar a água quente à torneira, para posterior rega de plantas ou lavagens na habitação (em situação de escassez);- Utilização de recipiente para certos usos (lavagem de vegetais, de mãos, etc.) e reutilização no autoclismo ou na rega consoante apropriado (em situação de escassez);- Adopção de um modelo com menor caudal sempre que for necessária a substituição de um chuveiro;- Utilização de torneiras misturadoras, monocomando ou termoestáticas, que permitem também diminuir o consumo por utilização já que permitem a redução do desperdício até a água ter a temperatura desejada (por eliminação do tempo de regulação da temperatura e facilidade de abertura e fecho).- Adaptação de dispositivos convencionais através da instalação de arejador, de redutor de pressão (anilha ou válvula) ou de válvula de seccionamento.Torneiras (lavatório, bidé, banheira e lava-loiça)- Minimização da utilização de água corrente para lavar ou descongelar alimentos (com utilização alternativa de alguidar), para lavagem de louça ou roupa (com alguidar), para escovar os dentes (com uso de copo ou fechando a torneira durante a escovagem), para fazer a barba (com água no lavatório ou com utilização alternativa de máquina eléctrica) ou lavar as mãos;- Verificação do fecho correcto das torneiras após o uso, não as deixando a pingar;- Utilização da menor quantidade de água possível para cozinhar os alimentos, usando alternativamente vapor, microondas ou panela de pressão (poupando água, vitaminas e melhorando o sabor);- Utilização de alguma água de lavagens, enxaguamento de roupa ou louça ou de duches (com pouco detergente) para outros usos, como sejam lavagens na casa e, por períodos limitados, em rega de plantas (também para encher autoclismos, desligando previamente as torneiras);- Utilização da água de cozer vegetais para confeccionar sopas ou para cozer outros vegetais (no frigorífico dura vários dias);- Sempre que necessária a substituição de uma torneira, optar por um modelo com menor caudal;- A utilização de dispositivos mais eficientes permite diminuir o consumo; entre os diferentes mecanismos existentes destacam-se as torneiras com maior ângulo de abertura do manípulo, com redutor de caudal, com dispositivo arejador, com dispositivo pulverizador, com fecho automático ou torneiras com comando electrónico; - Recurso a torneiras misturadoras, monocomando ou termoestáticas;- Adaptação de dispositivos convencionais através da instalação de arejador ou de redutor de pressão (anilha ou válvula).Máquinas de lavar roupa- Consulta das instruções do equipamento, particularmente no que se refere às recomendações relativas aos consumos de água, energia e detergente;- Utilização da máquina apenas com carga completa;- Não utilização de programas com ciclos desnecessários (e.g. pré-lavagem);- Selecção dos programas conducentes a menor consumo de água;- Regulação da máquina para a carga a utilizar e para o nível de água mínimo, se possuir regulador para esse fim;- Substituição de máquinas de lavar roupa no fim de vida por outras mais eficientes em termos de uso de água e energia e com maior flexibilidade para adaptação dos programas à necessidades de lavagem.Máquinas de lavar louça- Cumprimento das instruções do equipamento, particularmente no que refere às recomendações relativas aos consumos de água, energia e aditivos (detergente, sal e abrilhantador);- Utilização da capacidade total de carga sempre que possível;- Minimização do enxaguamento da louça antes de a colocar na máquina;- Não utilização de programas com ciclos desnecessários (e.g. enxaguamento);- Selecção de programas conducentes a menor consumo de água;- Regulação da máquina para a carga a utilizar e para o mínimo nível de água, se possuir regulador para esse fim;- Lavagem de louça na máquina em vez de a lavar à mão;- Limpeza regular dos filtros e remoção de depósitos;- Substituição de máquinas de lavar louça no fim de vida por outras mais eficientes em termos de uso de água e energia e com maior flexibilidade para adaptação dos programas à necessidades de lavagem.

http://quercus.sensocomum.pt/pages/defaultArticleViewOne.asp?storyID=1112 Ler mais...

Um só Mundo ; One World


Um Só Mundo, A Ética da Globalização - Peter Singer


O livro trata quatro grandes questões mundiais: as alterações climáticas, o papel da Organização Mundial do Comércio, os direitos humanos e a intervenção com fins humanitários, e a ajuda externa. Singer aborda cada uma destas questões fundamentais de uma perspectiva ética e apresenta alternativas à abordagem estadocêntrica que caracteriza actualmente a teoria e as relações internacionais. Em relação às alterações climáticas, por exemplo, o autor vê a questão ética como dizendo respeito a um recurso mundial comum - a capacidade da atmosfera para absorver gases residuais. De que parte deste recurso se devem apropriar os países desenvolvidos e que parte deve ser deixada aos países em vias de desenvolvimento? Relativamente à OMC, Singer pergunta se a organização permite que o comércio livre se sobreponha a todos os outros valores e passa em revista os dados que comprovam os que desmentem a ideia de que a globalização é benéfica para os pobres. Ao considerar os direitos humanos, o autor pergunta até que ponto podemos criar leis mundiais de protecção dos direitos humanos e quais deverão ser os critérios determinantes de uma intervenção quando estes direitos são violados. Por fim, Singer analisa as obrigações dos países ricos no auxílio dos países pobres.
Colocando um desafio ousado às perspectivas limitadas e nacionalistas dos definidores de políticas, dos políticos e dos líderes dos Estados Unidos e de outros países, Singer apresenta pormenorizadamente uma forma prática de considerar as questões mundiais contemporâneas sob o prisma da ética.

Ler mais...

Esgotamento dos Recursos


Como evitar guerras petrolíferas, terrorismo e colapso económico

Richard Heinberg
Autor de Powerdown - Options and Actions for a Post-Carbon World (New Society Publishers 2004)

Neste momento a maior parte das pessoas bem informadas está consciente de que a produção global de petróleo poderá atingir em breve o seu pico histórico, e de que as consequências provavelmente serão severas. Muitos países importantes na produção de petróleo (tais como os Estados Unidos, a Indonésia, o Irão) e algumas regiões inteiras (tal como o Mar do Norte) já ultrapassaram os seus máximos de produção. A cada ano, aproximadamente, mais um país atinge um plateau de produção ou principia o seu declínio terminal.

Texto integral em:
http://www.resistir.info/energia/heinberg_ago05.html Ler mais...

Os limites do crescimento


Uma segunda actualização do clássico "Os Limites do Crescimento" publicado em 1972 pelo Clube de Roma

Mais informação aqui Ler mais...