segunda-feira, junho 13, 2011

O movimento anti-regulação. O caso de Björn Lomborg e as alterações climáticas.

Na sequência deste "post" sobre Bjorn Lomborg, sugiro este artigo escrito no âmbito de uma cadeira de mestrado em Ciência Política e Relacões Internacionais (FCSH).Type rest of the post here.

10 comentários:

Nuno disse...

Entretanto o Lomborg mudou um pouco a sua posição ao considerar que é imperativo um grande investimento para combater actividades humanas que contribuem para a subida das temperaturas médias:

http://www.guardian.co.uk/environment/2010/aug/30/bjorn-lomborg-climate-change-profile

José M. Sousa disse...

É mais aparente que real, essa mudança de posição. Na realidade, não se trata de mudança nenhuma, porque ele já admitia esse investimento em energias renováveis. Face à dimensão do problema, investir 100 mil milhões/ano de dólares em ER não é nada! Aliás eu refiro essa suposta mudança de Lomborg no texto.

José M. Sousa disse...

«As a result, he is still deeply critical of the dominant, cutting-carbon approach, which four of the five economists who were asked to rank the options put at the bottom of their lists»

Cá está! não mudou! continua a ser um "lobbyista" das indústrias fósseis!

Nuno disse...

Não sei é bem eficaz falar em mudança ideológica em relação a Lomborg uma vez que a cada viragem de discurso bem estudada correspondem mais uns milhares de livros vendidos e um "blurb" mediático, enormemente ampliado pela blogosfera "pró" e "contra".

Quanto à eficiência de aplicação de investimentos para reduzir emissões sou também um crítico quanto ás soluções aparentemente mais consensuais (esquemas globais de controlo) embora não tenha a estratégia do Lomborg de relativizar o problema.

Estou cada vez mais convencido que a solução passa por iniciativas muito locais de redução de emissões e pela educação e informação ao consumo do cidadão individual, a par de medidas nacionais e/ou comunitárias aplicadas a situações específicas, como a desflorestação.

Isto porque é impossível fiscalizar meios de controlo ou evitar boicotes diplomáticos a iniciativas globais em grande escala.

Sem querer parecer apologista do laissez-faire, vejo um barril de petróleo a 120$ e subida das condições de vida dos países em desenvolvimento a encarregarem-se de bastantes correcções ao estilo de vida e formas de comércio global.
Espero apenas que não forcem uma ruptura antes da adaptação.

José M. Sousa disse...

«Sem querer parecer apologista do laissez-faire, vejo um barril de petróleo a 120$»

Compreendo o argumento, já o ouvi de outras pessoas, mas é um erro trágico. Na realidade, o que está a acontecer, face ao esgotamento do petróleo convencional, é a progressiva deslocação para a exploração de petróleo não convencional como as "Tar Sands" canadianas ou o carvão, o pior que poderia acontecer. Como diz Stern, nada mais nada menos do que uma nova Revolução Industrial e, mesmo assim, acha que afirmar isto é pouco!

Nuno disse...

Infelizmente passar para meios mais destrutivos de obter energia na indústria extractiva é a reacção reflexiva aos preços altos, uma vez que são apenas estes que garantem a sua viabilidade económica.

É por isso que a minha postura é alguma incerteza temperada com optimismo:

É verdade que ficam viáveis meios mais nocivos de obter energia, mas também ficam bastante mais atractivas as renováveis para a geração eléctrica, a eficiência e a produção local, por exemplo.

Visto que o carvão, as areias betuminosas, os biocombustíveis e o gás natural dificilmente são substitutos económicos para o consumo actual de combustíveis nos transportes, estes terão sempre que reduzir o seu peso na economia.

No fundo estamos numa encruzilhada que é também uma corrida contra o tempo e as renováveis para electricidade e a "relocalização" dos estilos de vida e de muita produção industrial e alimentar têm que ser os primeiros a cruzar a meta.

A questão é saber se as emissões adicionais causadas pelos aumentos de consumo de combustíveis fósseis que ainda se fazem sentir irão abrandar dentro de intervalos admissíveis antes de outro paradigma energético emergir com dominância.

José M. Sousa disse...

As areias betuminosas são produzir para petróleo, utilizável para transportes. Infelizmente, as reservas destas são imensas!


«A questão é saber se as emissões adicionais causadas pelos aumentos de consumo de combustíveis fósseis que ainda se fazem sentir irão abrandar dentro de intervalos admissíveis antes de outro paradigma energético emergir com dominância.»

Receio que não

José M. Sousa disse...

«An overwhelming objection is that exploitation of tar sands would make it implausible to
stabilize climate and avoid disastrous global climate impacts.»

James Hansen

Nuno disse...

Exacto, mas eu referi que não são substitutos *económicos* para a situação actual.

As betuminosas compensam aos 125$, altura a partir da qual muitos carros começam a ficar na garagem, os aviões sofrem quebras de viagens e os camionistas começam a fazer greve.

É uma questão 50/50, ou ganha a folia de se tentar manter o que não é possível de manter ou abrem-se as brechas que permitem a viabilidade de uma conversão em grande escala da economia global, que tem apenas paralelo com a mobilização da última guerra mundial.

Eu acho que os preços altos do crude abrem brechas bem fundas, cabe-nos a nós demonstrar alternativas à demência do "fracking", das "betuminosas" e dos biocombustíveis para romper com este esquema energético antes que os estragos sejam intoleráveis.

Anónimo disse...

A propósito: http://paremastarsands.yolasite.com/