domingo, janeiro 27, 2008

A Shell reconhece o "Pico Petrolífero" dentro de 7 anos!



Há tempos, o nosso brilhante presidente executivo da GALP, eng. Manuel Ferreira de Oliveira, dizia na Grande Entrevista a Judite de Sousa da RTP (ver arquivo e procurar áudio Ferreira de Oliveira) o seguinte - face à pergunta da jornalista sobre a inquietação pelo petróleo ter chegado aos cem dólares e poder chegar aos 150 dólares até final de 2008 - :

- «Se eu tivesse que fazer uma projecção, diria que em 2008 vamos ver o preço cair para os 70-75 dólares por barril, e não há razão nenhuma, nenhuma, para que essa quebra não seja superior.»

Sobre as reservas de petróleo:

-«hoje, a relação entre as reservas e a produção é de 43, 44 anos [...] Nós poderiamos discutir um bocadinho sobre futurologia, mas os que pensam sobre estas coisas dizem que o pico do consumo de petróleo vai ocorrer por volta de 2020-2030, a partir do qual começa a declinar. [...] A partir de 2020-2030 prevê-se um declínio paulatino da produção e do consumo, que vai sendo substituida por outras fontes energéticas alternativas» - eu acrescentaria, essas alternativas vão aparecer milagrosamente, no momento exacto em que precisarmos!

Pelos vistos, o Sr. Engenheiro é um optimista, mas parece um pouco distraído e iludido pelas recentes descobertas no Brasil. Se o que ele considera serem os conhecedores destas coisas são as companhias petrolíferas, então veja-se o comunicado da SHELL:

«We are experiencing a step-change in the growth rate of energy demand due to rising population and economic development. After 2015, easily accessible supplies of oil and gas probably will no longer keep up with demand.»

Ou seja, a Shell admite que, embora haja muito petróleo para extrair, já a partir de 2015 poderemos vir a ter problemas de abastecimento de um recurso que é a base fundamental da Civilização Moderna e que, portanto, não pode ser substituído de um dia para o outro!

Ver também aqui , aqui, aqui e ainda aqui

As afirmações do presidente da GALP não dão o sinal correcto aos cidadãos e consumidores, porque leva-os a pensar que não há problema de maior e portanto, apesar do preço estar um bocado mais alto, podem continuar a espatifar um recurso essencial que começa a escassear. Claro que o interesse dele não é o interesse público, mas o dos seus accionistas, evidentemente.

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