A propósito de Ecologia vs Economia do Blogue "De Rerum Natura"
Quando se tratam temas tão complexos como estes raciocinando de forma dicotómica, corremos o risco de revelar alguma ingenuidade. Aliás, corremos mesmo o risco de substituir uma religião por outra, a de uma fé inabalável na tecnologia para resolver todos os nossos problemas.
Quando Simon fala da liberdade, a que liberdade se refere? A de podermos fazer tudo o que nos apetece? Isto, manifestamente, não é possível. E não é possível porque não existem soluções técnicas para todos os problemas. Alguns exemplos são referidos em "The Tragedy of the Commons" do biólogo Garrett Hardin. Hardin diz que: «a technical solution may be defined as one that requires a change only in the techniques of the natural sciences, demanding little or nothing in the way of change in human values or ideas of morality».
Segundo parece ter sido demonstrado matematicamente (von Neumann and Morgenstern) não é possível maximizar duas, ou mais, variáveis em simultâneo. Logo, não é possível que a população cresça indefinidamente sem que isso se reflicta no esgotamento dos recursos, por muito criativa que seja a mente humana!
Por outro lado, a tecnologia resolve alguns dos nossos problemas, mas simultaneamente cria novos problemas, porventura ainda mais complicados do que aqueles que resolveu.
Na sua obra "Colapso" (2005), o biólogo Jared Diamond comenta esta ideia de que a "tecnologia resolverá os nossos problemas":
«This is an expression of faith about the future, and therefore based on a supposed track record of technology having solved more problems than it created in the recent past. Underlying this expression of faith is the implicit assumption that, from tomorrow onwards, technology will function primarily to solve existing problems and will cease to create new problems. Those with such faith also assume that the new technologies now under discussion will succeed, and that they will do so quickly enough to make a big difference soon». Esta última frase deveria soar como alerta, por exemplo, para aqueles que descartam com muita leviandade o problema da crise energética que se avizinha.
Sobre esta discussão entre o "optimista" Julian Simon e o "pessimista" Paul Ehrlich, vale a pena ler este artigo de James Lovelock em Essays on Science and Society da revista "Science".
Quando Simon fala da liberdade, a que liberdade se refere? A de podermos fazer tudo o que nos apetece? Isto, manifestamente, não é possível. E não é possível porque não existem soluções técnicas para todos os problemas. Alguns exemplos são referidos em "The Tragedy of the Commons" do biólogo Garrett Hardin. Hardin diz que: «a technical solution may be defined as one that requires a change only in the techniques of the natural sciences, demanding little or nothing in the way of change in human values or ideas of morality».
Segundo parece ter sido demonstrado matematicamente (von Neumann and Morgenstern) não é possível maximizar duas, ou mais, variáveis em simultâneo. Logo, não é possível que a população cresça indefinidamente sem que isso se reflicta no esgotamento dos recursos, por muito criativa que seja a mente humana!
Por outro lado, a tecnologia resolve alguns dos nossos problemas, mas simultaneamente cria novos problemas, porventura ainda mais complicados do que aqueles que resolveu.
Na sua obra "Colapso" (2005), o biólogo Jared Diamond comenta esta ideia de que a "tecnologia resolverá os nossos problemas":
«This is an expression of faith about the future, and therefore based on a supposed track record of technology having solved more problems than it created in the recent past. Underlying this expression of faith is the implicit assumption that, from tomorrow onwards, technology will function primarily to solve existing problems and will cease to create new problems. Those with such faith also assume that the new technologies now under discussion will succeed, and that they will do so quickly enough to make a big difference soon». Esta última frase deveria soar como alerta, por exemplo, para aqueles que descartam com muita leviandade o problema da crise energética que se avizinha.
Sobre esta discussão entre o "optimista" Julian Simon e o "pessimista" Paul Ehrlich, vale a pena ler este artigo de James Lovelock em Essays on Science and Society da revista "Science".
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