É frequente ouvirmos falar do Pico do Petróleo, o momento em que a produção de petróleo atingirá o seu máximo. No entanto, o esgotamento dos recursos não se limita aos energéticos, embora frequentemente estejam associados. O fósforo é um desses recursos vitais que também se está a esgotar rapidamente.
Richard Heinberg é o autor de um livro - "Peak Everything: Waking Up to the Century of Declines" - que nos explica como, em certa medida, o esgotamento do petróleo, mas também do carvão e do gás natural, está na origem do esgotamento de uma série de outros recursos.O fósforo - para o qual não existe substituto sintético - é essencial à vida e sem ele a agricultura não é possivel. O desenvolvimento dos biocombustíveis - uma das fugas em frente perante o anúncio do Pico do Petróleo - veio acelerar a utilização deste mineral finito. Os cientistas alertam agora que, se não for devidamente acautelada a gestão deste recurso, o seu pico de produção poderá ocorrer dentro de 30 anos, podendo esgotar-se dentro de 50 a 100 anos. Este é mais um alerta para os métodos insustentáveis da agricultura intensiva.
A importância deste recurso é tal, que há quem já fale em "phosphorus security", dada a concentração das rochas de fosfato num pequeno número de países. No mapa geopolítico do fósforo, destaca-se Marrocos, com 32% das reservas mundiais provadas, segundo o artigo de "The Times".
Uma nota curiosa. Segundo "The Times", os previdentes suecos já estão a desenvolver sistemas que permitam recolher a urina para daí reciclar o fósforo, até porque ao ritmo de evolução dos preços (700% nos últimos 14 meses) é de facto um bem precioso.
Richard Heinberg é o autor de um livro - "Peak Everything: Waking Up to the Century of Declines" - que nos explica como, em certa medida, o esgotamento do petróleo, mas também do carvão e do gás natural, está na origem do esgotamento de uma série de outros recursos.O fósforo - para o qual não existe substituto sintético - é essencial à vida e sem ele a agricultura não é possivel. O desenvolvimento dos biocombustíveis - uma das fugas em frente perante o anúncio do Pico do Petróleo - veio acelerar a utilização deste mineral finito. Os cientistas alertam agora que, se não for devidamente acautelada a gestão deste recurso, o seu pico de produção poderá ocorrer dentro de 30 anos, podendo esgotar-se dentro de 50 a 100 anos. Este é mais um alerta para os métodos insustentáveis da agricultura intensiva.
A importância deste recurso é tal, que há quem já fale em "phosphorus security", dada a concentração das rochas de fosfato num pequeno número de países. No mapa geopolítico do fósforo, destaca-se Marrocos, com 32% das reservas mundiais provadas, segundo o artigo de "The Times".
Uma nota curiosa. Segundo "The Times", os previdentes suecos já estão a desenvolver sistemas que permitam recolher a urina para daí reciclar o fósforo, até porque ao ritmo de evolução dos preços (700% nos últimos 14 meses) é de facto um bem precioso.
11 comentários:
Curioso.
Provavelmente haverá outros recursos finitos que já tenham passado pelo seu pico.. Será curioso saber o que aconteceu.
Aqui http://en.wikipedia.org/wiki/Hubbert_peak_theory não encontrei referência, mas também é apenas a wikipedia
Soilent green is people!
...por isso deixem o Grande Negócio em paz...
Olá José Sousa
Bom blogue. Parabéns pelo trabalho
Um ecoabraço
No documento do Clube de Roma que data dos anos sessenta do Século passado previa-se que uma data de produtos, a começar pelo petróleo, se esgotassem antes do fim do Século.
Embora este documento continue a ser citado e elogiado, falhou totalmente nas suas previsões.
Por outro lado parece-me que o número trinta tem qualquer coisa de mágico, pois, pelo menos há quarenta anos que se lê que só há petróleo para trinta anos...
O facto é que nenhum dos produtos fundamentais está á beira do esgotamento!
O que acontece é que, para se governar bem e para as pessoas não repararem que vivem em ditadura, o que é necessário é assustar a malta...
Dantes assustava-se a malta com um inimigo externo físico, a URSS, a China, a Alemanha, atc., etc.
Agora mudou-se de tactica, assustar a malta com outro país pode prejudicar os negócios e mesmo levar a guerras destrutivas que mudariam totalmente o ambiente dos negócios. E matariam uma data de gente mas, isto parece não ser importante.
Assim inventaram-se e/ou ampliam-se outros perigos, o aquecimento global, a gripe das aves, o fim do petróleo, a SIDA, a pedofilia, etc., etc.
Cabe-nos a nós estarmos atentos e não nos deixar-mos levar por estas manobras.
Claro que fazer previsões é sempre difícil, e devemos sempre desconfiar delas.
Mas quando há fortes indícios de que a produção de petróleo começou a cair (e o que não falta são incentivos para produzir mais), não há cá teoria da conspiração que possa contrariar o facto de o petróleo ser uma fonte inesgotável.
Caro miguel c,
"Mas quando há fortes indícios de que a produção de petróleo começou a cair"
Há? Francamente não sei. Além de que a produção pode baixar independentemente de haver ou não petróleo.
E não estamos a falar de teorias da conspiração, o problema são manobras financeiras associadas queda do dólar.
Um abraço,
Recebi estes dados por email, que transcrevo. Não confirmei os valores, mas confio na pessoa que os enviou
De qualquer forma poderá confirmar na Statistical Review of World Energy 2008
E não me venha dizer que também é conspiração da BP que isso não tem ponta por onde pegar. Sobre o Clube de Roma, comentarei mais tarde.
OS FACTOS SÃO ESTES (BP dixit):
Dos 18 maiores produtores de petróleo, 4 são importadores líquidos - e
grandes consumidores:
1. US
2. China
3. Brasil
4. UK (deixou de ser exportador de petróleo e de gás natural em
2005 [ACP])
Sobre a Arábia Saudita, maior produtor mundial de petróleo:
1. A produção petrolífera atingiu o pico em 2005
2. A exportação de petróleo atingiu o pico em 2005
3. O consumo petrolífero cresce continuamente desde 2003
4. Todo o gás natural produzido é consumido no país
Exportação de petróleo Saudita (produção total - consumo interno =
exportação)
1. 2005 = 9,223 milhões de barris por dia
2. 2006 = 8,848 milhões de barris por dia
3. 2007 = 8,259 milhões de barris por dia
Tendência de longo prazo: a Arábia Saudita deixará de exportar
petróleo em 2025
Sobre a Rússia, maior produtor mundial de gás natural:
A produção de gás natural atingiu o pico em 2006
A exportação de gás natural atingiu o pico em 2005
O consumo doméstico tem vindo a crescer rapidamente
As exportações reduziram-se em 12,6% entre 2005 e 2007
E 6,3% em 2007
Tendência de longo prazo: a Rússia deixará de exportar gás natural em
2020
Mar do Norte, petróleo de Brent (Reino Unido e Noruega): atingiu o
pico de produção em 2005. [ACP]
Zé,
Ora, pelos vistos, com a validação de/dos números via BP, a "coisa" é, ainda, muito mais preocupante.
Bom trabalho.
Meus caros,
Estive a ver o documento da BP.
Em principio não altera nada do que foi aqui discutido.
Fala das reservas provadas mas há muitas ainda por descobrir. E não é só no fundo do mar, a própria Arábia Saudita ainda não está toda prospectada.
Depois, embora o doc fale das areias betuminosas canadianas, há outros tipos de petróleo, os muito densos, os xistos betuminosos, etc.
Estes petróleos são mais caros e até podem necessitar de novos tipos de refinarias. Mas com o petróleo ao preço que está já são todos rentaveis.
De qualquer forma estamos em presença de uma bolha que rebentará em breve. Uma indicação disto são os valores dos futuros sobre o petróleo. Ainda outro dia foi referido que as entregas a seis anos estavam a ser negociadas só a USD$120 o barril!
Um abraço
Caro Raio!
É importante ser-se optimista, isso faz bem à saúde, mas convém também, sobretudo tratando-se de governantes - suponho não ser esse o seu caso - ser-se responsável.
Por agora, faço-lhe algumas perguntas singelas a propósito do petróleo no fundo do mar, etc. Faz ideia de quantos barris de petróleo são consumidos por ano em tudo o mundo? Em que ano se atingiu o máximo de descoberta de petróleo e a relação entre consumo e novas descobertas? Qual o consumo que só a China exigiria se continuasse nesta tendência até 2030?
É que falar em abstracto, de nada serve.
Caro raio,
Estando os futuros do petróleo a ser negociados a preços mais baixos do que o mercado para entregas imediatas (como diz e bem), não faria então sentido que as petrolíferas estivessem a querer vender o máximo possível agora que o preço está alto?
Se faz, por que será que a produção decresceu? Se a abundância continua a ser grande, elas deveriam estar a aumentar a extracção...
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