domingo, fevereiro 17, 2008

A questão política fundamental do nosso tempo: concentração de CO2 na atmosfera

Pode parecer estranha a afirmação de que a fixação de uma meta para as concentrações de CO2e (dióxido de carbono equivalente) na atmosfera, em função do risco que estamos dispostos a correr em termos das consequências do aumento de temperatura, seja A MAIS IMPORTANTE QUESTÃO POLÍTICA DO NOSSO TEMPO. Afinal há tantos problemas que afligem as pessoas no dia a dia. No entanto, muitos desses problemas já são, e sê-lo-ão cada vez mais, afectados pelas alterações climáticas, a tal ponto que estas serão o factor determinante de todos esses problemas!

Como diz Mark Lynas, no seu livro "Seis Graus", edição portuguesa da Civilização Editora:

«Grande parte deste debate parecerá complexa e esotérica a quase todos, salvo aos especialistas na matéria. Mas não deveria ser assim. Na verdade, este é o principal dilema que enfrenta, actualmente, a humanidade - muito mais importante do que o terrorismo, a criminalidade, os cuidados de saúde, a educação ou qualquer outra das preocupações quotidianas que inundam os jornais e os ecrãs televisivos. Todos nós temos de tomar uma decisão: que temperatura e, por extensão, que concentrações de CO2, devemos nós visar? 400 ppm? 550 ppm? Imagino que uma sondagem mais abrangente ao público, em geral, não recolheria muitas respostas. A maioria da população encaixar-se-ia na categoria do "não sei".
Também a classe política só agora começa a compreender a terminologia relevante e não há, em todo o mundo, um só partido importante que apresente uma política definida sobre esta matéria.» Pág. 232 da edição portuguesa.



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sábado, fevereiro 16, 2008

A Criação - um apelo para salvar a vida na Terra


Um livro do biólogo norte-americano Edward O. Wilson. Este mirmecólogo (especialista em formigas), autor de "A Diversidade da Vida", realça a importância das mais pequenas criaturas para o equilíbrio da vida neste planeta. Em "A Criação" faz um apelo aos líderes espirituais para se juntarem aos cientistas na sua defesa. Segundo ele, está em curso a sexta grande extinção em massa de vida na Terra:

«Pensa-se que a taxa actual de extinções, calculada com base nas estimativas mais conservadoras, seja cerca de cem vezes maior do que a prevalecente antes de os seres humanos terem surgido na Terra e estima-se que venha a ser pelo menos mil vezes superior, ou ainda mais, nas décadas mais próximas. Se esta tendência se mantiver, o seu custo para a humanidade, em termos de saúde, segurança ambiental e qualidade de vida, será catastrófico» pág. 13, edição portuguesa, Gradiva.

Notícia relacionada: "Map shows toll on world's oceans": apenas 4% dos oceanos do planeta permanecem livres da acção humana destrutiva.
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Pachauri, Director do IPCC


Testemunho de Pachauri em Comité da Câmara dos Representantes dos EUA. Videos da audição, aqui.
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quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Lisboa E-Nova : sessão sobre alterações climáticas


A gravação da apresentação oral do Prof. Delgado Domingos e do debate que se seguiu, pode ser encontrada aqui.
Sobre a questão da Antárctida, o site RealClimate publicou ontem este artigo, do historiador de ciência e físico Spencer Weart.

Termina assim:

«Bottom line: A cold Antarctica and Southern Ocean do not contradict our models of global warming. For a long time the models have predicted just that.»

Ainda sobre o hiato entre aumento de temperatura e aumento de CO2 ou, inversamente, redução de temperatura e redução de CO2, a página 112 do "FAQ" (perguntas frequentes) do IV relatório do IPCC dá uma resposta clara às dúvidas do Sr. Prof..
Uma explicação possível está no forçamento orbital da Terra ("orbital forcing") que desencadeou uma alteração de temperatura. A alteração de temperatura por sua vez conduziu a alterações nos níveis de CO2, num efeito de retroacção ("feedback") positiva (ver cap. 6 PSB Paleoclimate, pág. 445). Esse forçamento orbital não é a causa do aquecimento actual.
De forma simples, é como uma pescadinha de rabo na boca: a variação da temperatura altera o CO2 e o CO2 reforça essa variação de temperatura. Pode ser também a história do ovo e da galinha, quem nasce primeiro? Depende do ponto de referência!


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sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Seis Graus. O nosso futuro num planeta em aquecimento - Mark Lynas

Um livro assustador, alarmante mas não alarmista, que merece uma leitura atenta. O livro fundamenta-se numa aturada pesquisa da literatura científica sobre o problema do aquecimento global.
Aqui, a recensão do livro por Eric Steig do RealClimate. Eric Steig termina com esta interrogação:

«If a reading of the published scientific literature paints such a frightening picture of the future as Six Degrees suggests – even while it honestly represents that literature – then are we being too provocative in the way we write our scientific papers? Or are we being too cautious in the way we talk about the implications of the results?»

"Seis Graus" na National Geographic.

Ver também aqui (Climate Progress)


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