sexta-feira, junho 29, 2007

Especialistas avisam que o perigo de cataclismo climático é bem real!

O jornal "The Independent", em artigo recente, chamava a atenção para a possibilidade da Terra poder estar em perigo eminente em virtude das Alterações Climáticas. Isto porque, segundo um artigo científico publicado por seis eminentes cientistas na "Philosophical Transactions of the Royal Society A" da Academia Real das Ciências do Reino Unido, a subida do nível das águas pode vir a ser de vários metros ainda este século. O estudo, liderado por James Hansen, director do Goddard Institute (NASA), critica o IPCC (organismo das Nações Unidas que avalia as Alterações Climáticas) por subestimar ("apenas" 40 cm durante este século) o potencial do degelo na Gronelândia e Antárctida:
pág. 25:
«The imminent peril is initiation of dynamical and thermodynamical processes on the West Antarctic and Greenland ice sheets that produce a situation out of humanity’s control, such that devastating sea-level rise will inevitably occur.
With GHGs continuing to increase, the planetary energy imbalance provides ample energy to melt ice corresponding to several metres of sea level per century (Hansen et al. 2005b).»
Diz ainda que dispomos de pouco tempo, para tomarmos medidas draconianas para redução das emissões de CO2 e outros gases com efeito de estufa:
pág. 26:
« The best chance for averting ice sheet disintegration seems to be intense simultaneous efforts to reduce both CO2 emissions and non-CO2 climate forcings. As mentioned above, there are multiple benefits from such actions. However,even with such actions, it is probable that the dangerous level of atmospheric GHGs will be passed, at least temporarily [...]»

As incertezas sobre este processo não nos devem iludir quanto ao caminho a seguir, até porque com os actuais e programados consumos energéticos à escala global (crescimento da China, Índia, etc.), não restam dúvidas, é apenas uma questão de tempo:

«Present knowledge does not permit accurate specification of the dangerous level of human-made GHGs. However, it is much lower than has commonly been assumed. If we have not already passed the dangerous level, the energy infrastructure in place ensures that we will pass it within several decades»
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James Hansen concerned IPCC ignores danger of ice sheet melt

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James Hansen talks about the urgency of the climate crisis

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terça-feira, junho 19, 2007

A escravatura ainda existe!

As condições de trabalho na China, em alguns sectores de mão de obra intensiva, assemelham-se muito aos tempos da revolução industrial inglesa do séc. XIX, retratados nos romances de Charles Dickens e por Charlie Chaplin no seu célebre filme Tempos Modernos . A escravatura não é um fenómeno do passado. Está hoje bem presente em várias partes do mundo.

Todos nós, enquanto consumidores, temos uma palavra a dizer. A organização China Labor Watch promove campanhas de responsabilização de empresas ocidentais a operar na China. Não se trata de impedir que invistam na China, mas que respeitem os mínimos de dignidade das pessoas, num país onde não há sindicatos e imprensa livres.

Esta e outras organizações denunciaram condições de trabalho terríveis em empresas subcontratadas por multinacionais ou marcas ocidentais, nomeadamente Puma, Adidas, Nike, Walt Disney, etc. O caso desta última envolveu a publicação de um relatório chamado "Em busca da consciência do Rato Mickey".

Para os mais cépticos, eis alguns exemplos das condições de trabalho escravas ou semi-escravas retiradas do livro "China e Índia" de Federico Rampini, publicado pela Presença na colecção Sociedade Global.

«"Em todas as secções trabalham rapazes entre os 14 e os 16 anos", dizem os testemunhos internos: uma exploração do trabalho infantil que, em teoria, colocou a China fora da lei. O dia de trabalho inicia-se às 7.30 e acaba às 21h, com duas pausas par a o almoço e para o jantar, mas, para além do horário oficial, as horas extraordinárias são obrigatórias. Nos meses de ponta, em Abril e Maio, em que a Timberland aumenta as encomendas, "o turno normal passa a ser das 7 às 23h , com um domingo de descanso de duas em duas semanas ; as horas extraordinárias obrigatórias também aumentam e os trabalhadores passam até 105 horas por semana no interior da fábrica".[...] O pagamento mensal é de 757 iuanes (76 euros), mas "44% são deduzidos para cobrir despesas de alimentação e de alojamento".
Alimentação e alojamento significam uma camarata em que se amontoam 16 trabalhadores[...].»
E para cúmulo do escândalo, o operário que confecciona, por exemplo, um par de sapatos "Timberland" de 150€, recebe apenas 50 cêntimos pelo seu trabalho. Viva a globalização! Não admira que a parte do trabalho no rendimento total esteja a diminuir!
Esta descrição é apenas uma pequena amostra.

Mas atenção, os activistas da China Labor Watch fazem sempre o seguinte apelo: "Esta não é uma campanha a favor do boicote dos produtos chineses. Não queremos levar as multinacionais americanas a anularem as suas compras. Os trabalhadores que nos revelaram estas notícias não podem permitir-se perder o seu emprego. É melhor serem explorados do que estarem desempregados. O seu pedido vai apenas no sentido de poderem ser tratados como seres humanos"


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sábado, junho 16, 2007

China e Índia

Estes dois colossos demográficos estão a transformar o panorama das relações de força politico-económicas à escala planetária. Representam contudo dois modelos de desenvolvimento diferentes. A China tem obtido êxitos económicos fulgurantes, usando de uma mão de ferro por via do seu regime autoritário e repressivo. O acumular de tensões é crescente e os riscos de descarrilamento pairam no horizonte. A Índia, por sua vez, tem obtido resultados notáveis tendo em conta a sua diversidade étnica, linguística, religiosa, e as desigualdades económicas, mantendo um regime democrático real, com eleições livres, imprensa livre, sindicatos fortes, uma evolução mais ou menos negociada. Ironicamente, o partido comunista indiano governa há décadas estados como Bengala Ocidental e Kerala, onde o progresso económico e social tem sido notável.
A liberdade indiana permitiu-lhe um extraordinário desenvolvimento e criatividade na chamada "economia do conhecimento". Dispõe de um ensino universitário de altíssimo nível em áreas científicas e tecnológicas. A sua dimensão demográfica e a juventude da sua população fazem dela um concorrente imbatível. Os desafios que estes dois países nos põem não têm respostas fáceis.
O mundo ocidental, e nomeadamente a sociedade portuguesa, faria bem em estar atento ao que se está a passar naquela parte do mundo, herdeira de civilizações ancestrais que voltam a reclamar o seu lugar na História. Trata-se de uma verdadeira Revolução e ninguém poderá ficar indiferente.
Vale a pena ler este livro de Federico Rampini , editado pela Presença, colecção Sociedade Global .
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quinta-feira, junho 14, 2007

Um Mundo sem Petróleo?

Continuamos irresponsavelmente, em Portugal e no Mundo, a gastar energia como se ela fosse inesgotável, e não um recurso precioso, escasso e não renovável. O petróleo é disso exemplo. E se ele acabar? Não acabar, em sentido absoluto, mas se escassear ao ponto de não suprir as necessidades das sociedades actuais. Estaremos preparados para isso? É duvidoso!
Esta notícia do Independent refere dúvidas de especialistas sobre a fiabilidade das reservas oficiais de petróleo. Ler mais...

sexta-feira, junho 08, 2007

Lisboa na rota dos furacões?

Peter Hoeppe, cientista chefe da resseguradora alemã Munich Re, afirma que Lisboa poderá vir a estar na rota dos furacões. Ler notícia aqui. O aquecimento dos oceanos poderá produzir furacões em zonas onde raramente ou nunca (desde que há memória) ocorrem. Os custos serão cada vez maiores, daí a preocupação deste tipo de companhias, cuja função é segurar as seguradoras.
Em relação a Lisboa, esta notícia não é assim tão estranha, já que em 2006 a Península Ibérica foi atingida por duas depressões tropicais (Gordon e Vince), resultantes do enfraquecimento de furacões. Gordon passou ao largo dos Açores com categoria de furacão.

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terça-feira, junho 05, 2007

sexta-feira, junho 01, 2007

Transportes Públicos Gratuitos? Demagógico ou Racional?

Uma boa forma de debatermos é partindo de questões simples.

O Bloco de Esquerda, numa das propostas de uma das moções (pág. 13) à sua Convenção Nacional defende o seguinte: "Defendemos uma rede de transportes públicos gratuita"
O que vos parece?
Uma ideia louca, irresponsável, demagógica, inexequível, económico-financeiramente desastrosa?
ou
Uma proposta racional, responsável, economicamente viável e lúcida.
Digam de vossa justiça!
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