sábado, julho 22, 2006

AMBIENTE VS ECONOMIA

Nos últimos tempos tem aumentado o coro de protestos contra o ambiente como factor de bloqueio do desenvolvimento económico. O abandono do investimento na refinaria do Patrick de Barros por causa das emissões de CO2 levou o responsável da Agência Portuguesa para o Investimento , Basílio Horta, a reiniciar a polémica contra o Ambiente e, em particular, contra as quotas impostas a Portugal no quadro da negociação na União Europeia para o cumprimento do Protocolo de Quioto. Outra manifestação desta onda contra o Ambiente, mais prosaica, mas reveladora da falta de cultura de muitos dos nossos dirigentes, foi o apelo à pedrada contra os Inspectores do Ministério do Ambiente pelo insigne Presidente da Associação Nacional de Municípios.
Mas, quando falamos de Ambiente, estamos de facto a falar de quê? O Ambiente está inextrincavelmente ligado à Economia, pela simples razão de que o Ambiente é, no fundo, o nosso suporte de vida. E, sem vida, não há economia!
De facto, as Alterações Climáticas levantam problemas muito sérios à nossa, e a todas, as economias. Mas parece haver um equívoco quanto à origem do problema, como neste artigo de opinião de um ex-Secretário de Estado da Economia no Jornal de Negócios, que até sugere o fim de Quioto!
A verdade é que a Economia já está a sofrer (ver post "Alterações Climáticas e Seguradoras" de 13 de Julho) as consequências das Alterações Climáticas.
Felizmente, parece haver quem tenha bom senso, também nos meios empresariais, como é o caso deste artigo de Nuno Ribeiro da Silva, gestor e ex-Secretário de Estado da Energia, igualmente no Jornal de Negócios.
Mas, este desafio do Ambiente à Economia pode ser igualmente fonte de oportunidades, como sugere o relatório : A Will to Compete: a Competitive, Clever and Clean Europe.
Como diz a investigadora Constança Peneda, do INETI, num artigo de opinião no Diário Económico, algo tem de mudar na relação entre Economia e Ambiente em Portugal.