“Civil disobedience is not our problem. Our problem is civil obedience. Our problem is that people all over the world have obeyed the dictates of leaders…and millions have been killed because of this obedience…Our problem is that people are obedient allover the world in the face of poverty and starvation and stupidity, and war, and cruelty. Our problem is that people are obedient while the jails are full of petty thieves… (and) the grand thieves are running the country. That’s our problem.”
«A desobediência civil não é o nosso problema. O nosso problema é a obediência civil. O nosso problema é que pessoas por todo o mundo têm obedecido os ditames dos líderes ... e milhões têm sido mortos por causa desta obediência...O nosso problema é que as pessoas são obedientes por toda a parte em face da pobreza e da fome, e da estupidez, e da guerra, e da crueldade. O nosso problema é que as pessoas são obedientes enquanto as cadeias estão cheias de ladrões sem importância... (e) os grandes ladrões governam o país. Esse é o nosso problema"
— Howard Zinn - Historiador norte-americano
3 comentários:
Oportuna chamada de atenção, nomeadamente em período de reflexão eleitoral.
Com frequência me interrogo sobre como reagiriam as pessoas se dispusessem de um maior grau de consciência no que respeita tanto à sua situação individual (o que, como e quem é que comanda os seus destinos), quanto à realidade envolvente (sobretudo os efeitos nocivos das alterações climáticas – bem retratado no ‘Degelo’, de James Balog – e o que as determina). Mas já não tenho ilusões: não obstante considerar não haver alternativa ao trabalho pedagógico, cívico e político, de persistente informação sobre estes dois inseparáveis níveis de consciência, as pessoas já só ‘acordarão’ quando forem afectadas nos seus interesses imediatos, ou seja, quando lhes cair o tecto em cima. O risco é, quando isso acontecer, se não virá abaixo todo o edifício!
Os relatos que vamos tendo (como o do referido 'Degelo') do que está a acontecer com o recuo dos glaciares, por exemplo, não dá margens para outro tipo de comentários que não seja pintar o futuro com as cores mais dramáticas. Sem que se vislumbre alternativa aceitável capaz de inverter esta situação. Mesmo a teoria de um desenvolvimento sustentável esbarra no tempo (já vem fora de tempo...) e no próprio modelo económico de crescimento (de que ninguém está disposto a abdicar... a menos que seja forçado a isso).
Coincido com o senhor A. V. Carvalho. A situação dá para sermos pessimistas, principalmente porque a única via, a da pedagogia, é estremamente lenta e pouco segura. É certo que não se sabe quando se produzirão os frutos, nem se eles irão dar para arranjarmos uma mudança definitiva do sistema. Nisso sou muito céptico. Mas um possível acelerante poderia ser incluir no discurso desta apocalipse que vem (e que é certa ao seu modo), um matiz que permita vincular os grandes desastres às portas com a imagem do tecto a cair sobre as próprias cabeças. Estou a falar em implicarmos a imagem do futuro na atualidade. Temos, ao que parece, é combater a ideia de que o degelo dos pólos, por exemplo, é algo que demorará muito; ou também a ideia de que as sociedades atuais podem sobreviver sob as demandas abusivas do capital; e inclusive, por cima de tudo, combater a ideia de que a vida é sobrevivência. A sobrevivência está abaixo da vida. Neste modelo sobrevive-se. A vida há que ganhá-la por meio de uma modificação certa deste ambiente. E para isso, contando também com que o "crescimento sustentável" é uma ideia que já chegou tarde de mais, há quem aventura o "decrescimento" como nova teoria.
Cumprimentos.
Óscar de Lis
As pessoas só acordarão quando forem afectadas? Sim, mas só para o prejuíso causado pelos outros, e falta de medidas de quem de direito; quanto á sua própria responsabilidade e seu estilo de vida, nunca acordarão.
E com alguma razão: depois de serem intoxicados com a ideia de falta de gente, não acordarão no dia seguite a pensar que há gente a mais.
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