Na sequência deste post, entrevista de uma hora com Dennis Meadows, um dos autores de "Limites do Crescimento". Enfrentar a complexidade da crise actual requer soluções que vão muito para além das soluções tecnológicas. De certo modo, a fé na tecnologia - pode parecer contraditório, mas trata-se mesmo de fé - está a impedir enfrentar o problema a sério, nomeadamente no plano ético. Outro problema grave é a excessiva especialização que nos impede de ter uma perspectiva global do sistema e as suas intrincadas relações.
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Há 4 anos
5 comentários:
Já vi muitos economistas académicos a criticarem a ideia do limite ao crescimento argumentando exactamente com as melhorias tecnológicas. Usando o passado como "prova" acreditam que os ganhos de eficiência no uso dos recursos (graças à tecnologia) serão maiores que a diminuição dos recursos.
Como de costume, há sempre alguma verdade nisso. O problema é a escala e o tempo. O que a eficiência consegue é adiar o problema, se os comportamentos continuarem na mesma.
Claro, claro.
Eu tinha escrito uma frase sobre a escala temporal... e depois apaguei.
O que me parece é que muita gente quer acreditar que ainda não vale a pena haver essa preocupação..
Existe um grande desconhecimento em relação a uma série de ordens de grandeza de muitas variáveis essenciais à vida moderna. E é natural que as pessoas se sintam incomodadas quando alguém lhes diz que o seu estilo de vida não é sustentável. Há um enorme trabalho de informação e de pedagogia a fazer e está visto que não poderemos contar muito com os políticos.
Quando falava de escala, estava também a pensar na China. Eis esta citação sobre a importância da ascensão dos dois gigantes asiáticos:
«The nearly simultaneous arrival of China and India to places of prominence on the world stage represents a tectonic shift in global affairs with few parallels”. [...] the more apt analogies are less recent: civilization-changing events such as the rise of the Roman Empire or the discovery of the New World. And even those are pale historical comparisons since they touched only a fraction of the human populations of their day.»
In “State of the World 2006 – special focus : China and India” WorldWatch Institute
No caso dos veículos eléctricos, há ainda a questão das reservas de lítio", elemento essencial para as baterias. Ainda que haja incerteza sobre as reservas, elas são finitas e serão também disputadas pelos gigantes asiáticos.
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