quinta-feira, julho 31, 2008

Um "New Deal" Verde

A "New Economics Foundation" apresentou um relatório propondo um ambicioso plano para enfrentar a tripla ameaça das crises climática, financeira e energética. A "Green New Deal" inspira-se no New Deal de FD Roosevelt lançado para retirar a economia norte-americana da Grande Recessão dos anos trinta. Segundo os autores do relatório, a implementação deste plano deve ser tão urgente e abrangente como foi o New Deal de Roosevelt ou a mobilização para a Segunda Grande Guerra.
Na caracterização da situação económica actual, saliento o seguinte:

«Este falhanço económico tem sido exacerbado por um sector financeiro desregulado por políticos e banqueiros centrais. O sector financeiro tem-se comportado de formas que são não éticas, irresponsáveis, gananciosas e - por vezes - fraudulentas. Os donos da finança contraíram e concederam empréstimos quase sem limite, apostaram a dinheiro descuidadamente e lucraram massivamente. De modo a afirmarem-se nos casinos que entretanto surgiram, muitos no sector financeiro ludibriaram os seus colegas sobre a capacidade de solvência dos seus devedores, sobre o valor dos seus activos registados nas contas, e sobre a extensão das suas responsabilidades. Usaram contabilidade falseada para poderem pedir mais empréstimos nos mercados de capitais internacionais, pagaram elevadas comissões a agências de notação de crédito para obterem avaliações incorrectas sobre activos muito duvidosos, e depois utilizaram estas avaliações como engodo para atrair investidores, como os fundos de pensões, para a sua compra.» pág. 7 PDF.

Ler mais...

segunda-feira, julho 28, 2008

Os gigantes asiáticos

«The nearly simultaneous arrival of China and India to places of prominence on the world stage represents a tectonic shift in global affairs with few parallels”.These two giants, with 40 percent of the world's people between them - as much as the population of the next 20 largest countries combined - have long slumbered in the shadows of Europe, Japan, and the United States, which dominated world affairs during most of the nineteenth and twentieth centuries. [...] While commentators have compared their rise to the end of the cold war, the more apt analogies are less recent: civilization-changing events such as the rise of the Roman Empire or the discovery of the New World. And even those are pale historical comparisons since they touched only a fraction of the human populations of their day.»
In “State of the World 2006 – special focus : China and India” WorldWatch Institute.
Ler mais...

quarta-feira, julho 23, 2008

Documentário "The Bottom Line - Privatizing the World"

Um interessante documentário em três partes, seguir sequência.
Ler mais...

sábado, julho 19, 2008

Post Scriptum a Clube de Roma....Entrevista a Dennis Meadows

Na sequência deste post, entrevista de uma hora com Dennis Meadows, um dos autores de "Limites do Crescimento". Enfrentar a complexidade da crise actual requer soluções que vão muito para além das soluções tecnológicas. De certo modo, a fé na tecnologia - pode parecer contraditório, mas trata-se mesmo de fé - está a impedir enfrentar o problema a sério, nomeadamente no plano ético. Outro problema grave é a excessiva especialização que nos impede de ter uma perspectiva global do sistema e as suas intrincadas relações.
Ler mais...

quinta-feira, julho 17, 2008

Matthew Simmons

A Negação

Reparem no ar de espanto dos entrevistadores quando Simmons diz que uma ruptura no abastecimento de petróleo e derivados pode implicar falta de alimentos nos EUA numa semana e que é preciso alterar radicalmente a economia para uma dimensão mais local e menos dependente de combustíveis fósseis!

Ler mais...

segunda-feira, julho 14, 2008

Humor Negro






O mundo está cada vez mais complexo e caótico, e os dirigentes mundiais não estão à altura. Isso é motivo de preocupação. Os americanos e também os europeus parecem ainda não ter compreeendido plenamente que o mundo mudou radicalmente e que é escusado pensar que é possível mantermo-nos isolados do que se passa lá fora. O G8 é um exemplo disso. Como diz a "Economist", este clube dos países ricos tornou-se anacrónico e impotente.
Ler mais...

sábado, julho 05, 2008

O Clube de Roma e "Os Limites do Crescimento"


O relatório (ver aqui e aqui) publicado em 1972 para o Clube de Roma ( ver página da organização aqui ) por uma equipa do MIT, tem ganho nova actualidade com a crise energética, a urgência do combate às alterações climáticas, a crise alimentar e à dinâmica que relaciona todas estas variáveis.
Desde que foi publicado, "Os Limites do Crescimento" suscitaram enorme polémica, desde logo porque vieram pôr em causa a ideologia do crescimento económico, a ideia de que era possível continuar a produzir e a consumir recursos, com elevado desperdício, diga-se, como se não existissem limites para a capacidade de regeneração e assimilação pela Natureza dos resíduos produzidos, para a população que o planeta poderia suportar e para os próprios "stocks" ou dotações de minerais, combustíveis, água potável, solo arável, etc.

Os críticos, nas décadas seguintes, apontaram o falhanço das previsões de "Os Limites do Crescimento" referindo-se aos dados apresentados no relatório (ver aqui). Como exemplo, o petróleo não duraria mais de 31 anos, ou seja, ter-se-ia esgotado em 2003 (!). No entanto, o relatório não pretendeu fazer previsões, nem foi isso que fez. Quem tiver acesso ao mesmo (versão portuguesa Publicações D. Quixote) pode verificar que tratava-se de cenários e não de previsões. O cenário de 31 anos baseava-se no conhecimento das reservas publicadas pelo Departamento de Minas dos EUA em 1970 e à taxa de consumo da época. Mas havia outro cenário que apontava para 50 anos, caso as reservas fossem 5 vezes maiores e a taxa de crescimento médio anual fosse de 3.9%! Mas os críticos podem continuar a dizer: tal como estavam erradas as estimativas de reservas de então, podem também estar erradas as de hoje. É possível. Mas devemos ter em conta dois factos: a enorme evolução tecnológica (nomeadamente com os satélites, que em 1970 ainda estavam a dar os primeiros passos) dos últimos trinta anos e sobretudo a história da prospecção. O pico das descobertas ocorreu nos anos 60/70.
O que os investigadores de "Os Limites do Crescimento" pretenderam fazer foi sobretudo chamar a atenção para a natureza do crescimento exponencial e de como isso colidia com a finitude dos recursos. O objectivo deles era precisamente evitar que esta colisão existisse e, em última análise, adiar o mais possível os limites indicados nos seus próprios cenários ( de outro modo não teria valido a pena o esforço - é isto que os críticos não entendem!) . E de facto, sobretudo com os choques petrolíferos, a eficiência aumentou bastante. Mas isso não foi suficiente, e afinal o cenário de 50 anos talvez não esteja tão longe da verdade. Ler também "Revisiting The Limits to Growth: Could The Club of Rome Have Been Correct, After All?"
Ler mais...